As transformações na atividade de distribuição de produtos financeiros estiveram no centro das discussões do 7º Seminário de Private, realizado hoje pela ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), em São Paulo. Logo na abertura do evento, Carlos Ambrósio, presidente da Associação, destacou que a chegada de novas tecnologias tem facilitado e democratizado o acesso às aplicações financeiras.
“Este é o momento ideal para discutirmos as condições para um crescimento ainda maior e mais saudável da indústria. Mas o desafio é garantir que isso seja feito sem engessar ou inibir as inovações. É preciso reinventar e evoluir junto com o dinamismo do mercado”, disse Ambrósio.
Queda dos juros e rentabilidade no private
A forma como os clientes do private banking estão encarando a queda da Selic pautou um dos debates do seminário. Para Carlos Kawall, economista-chefe do Safra e membro do Grupo Consultivo Macroeconômico da ANBIMA, o movimento de taxas de juros mais baixas não é passageiro. No entanto, ele ponderou que os clientes do private não compartilham da mesma visão: “há relutância deles em aceitar que a queda dos juros veio para ficar”, disse. O motivo são as lembranças do passado: os investidores se recordam de quando a Selic começou a cair no final de 2011 e logo voltou a subir em 2013.
Ainda assim, os participantes do painel lembraram que os ganhos já não são os mesmos com a taxa de juros mais baixa, o que demanda atenção maior das instituições financeiras. Para eles, cabe aos bankers encontrar saídas, sempre atentos ao processo de suitability, para que possam ser mantidos os retornos que o investidor estava acostumado e garantida a diversificação do portifólio. Para Luiz Severiano, head global do Itaú Private Bank e coordenador da Comissão de Private Banking da ANBIMA, é preciso também conversar sobre o ponto de vista fiscal: “pode ser que o cliente tenha que mudar o modelo de vida dele e não apenas o portfólio”, disse.
Com informações da Anbima.