Nesta segunda-feira (10) o presidente Lula (PT) completou 100 dias no poder. Para a Bolsa de valores, o terceiro mandato do petista teve o pior desempenho desde o primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso, em 1995.
Considerando até 6 de abril, último pregão antes de completar a marca, o Ibovespa acumulava queda de praticamente 8%. Com FHC, os 100 primeiros dias viram uma baixa de mais de 28%.
O índice até chegou a recuperar os 114 mil pontos em meados de janeiro, porém, com todas as turbulências e incertezas que o mercado tem passado, caiu abaixo dos 100 mil pontos, algo que não acontecia desde julho de 2022.
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A demora do governo em apresentar uma regra fiscal factível, com cortes de custos esperados pelo mercado, contribuiu para a geração de incertezas, que abalam o mercado de ações. O chamado “arcabouço fiscal” apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ainda está em discussão.
Além disso, a taxa de juros a 13,75% tira dinheiro de investidores da Bolsa, pois as apostas na renda fixa tornam-se vantajosas em muitos casos.
O ano do mercado financeiro começou turbulento. Além da mudança política, o preço das ações foi abalado pela queda da Americanas (AMER3), quando a empresa divulgou um rombo de R$ 20 bilhões em suas contas. Quem tinha R$ 1 mil viu seu patrimônio cair para R$ 96 da noite para o dia.
A queda brutal das ações não se limitou à AMER3 e respingou nas outras varejistas negociadas na Bolsa. No dia seguinte à notícia, Magazine Luiza e Via Varejo (Dona da Casas Bahia) também desabaram, contribuindo ainda mais para o mau momento.
Além disso, o presidente Lula protagoniza uma queda de braço com o Banco Central sobre a taxa de juros. Na última reunião feita pelo Copom, foi determinado que a taxa de 13,75% será mantida, a qual é a maior desde 2016.
Para Aurélio Valporto, Presidente da Abradin (Associação Brasileira de Investidores), esse tipo de discurso causa um clima de ruptura institucional, o que é péssimo para o ambiente econômico do país.
Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil