A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) liberou um reajuste de até 6,91% para os planos de saúde individuais e familiares, em nota divulgada nesta terça-feira (4). O percentual equivale a um aumento de quase 50% acima da inflação do país em 2023 (4,62%).
O teto do reajuste é válido para o período de maio de 2024 a abril de 2025 e cerca de 8 milhões de usuários de planos individuais de diversas operadoras serão afetados.
Segundo o diretor-presidente da ANS, Paulo Rebello, o reajuste definido pela agência reflete a variação das despesas assistenciais (custos dos procedimentos e frequência de utilização dos serviços de saúde) de 2023, na comparação com o ano anterior dos usuários desses planos.
Mudança afetará 15,6% de usuários de planos de saúde
De acordo com dados da ANS, existem atualmente cerca de 51 milhões de usuários de planos de saúde no país, e deste total, cerca de 15,6% se encaixam no perfil que será afetado pelo novo reajuste.
Ainda que a correção seja somente para planos individuais e familiares, o novo percentual serve de referência para outros tipos de convênio (empresariais e adesão) que não possuem uma negociação previamente definida.
A cobrança começará a ser aplicada a partir do mês em que o plano foi contratado. Para aqueles que contrataram os serviços em maio ou junho, o novo valor será iniciado em julho ou, no máximo, em agosto.
Reajuste quase 50% acima da inflação
Desde 2019, a ANS tem utilizado como método de cálculo uma combinação da variação das despesas assistenciais do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), descontado o subitem Plano de Saúde. No entanto, o reajuste anunciado nesta terça veio quase 50% acima da inflação brasileira medida pelo IPCA em 2023 (4,62%).
Uma das justificativas dadas pela ANS sobre o avanço nas cobranças, as despesas assistenciais nos planos individuais, registraram um crescimento de 10,16% em 2023 comparado a 2022.
Reajustes elevados por três anos seguidos
O último reajuste negativo feito pela ANS nos preços ocorreu em 2021 (-8,2%) durante o período mais crítico da pandemia. Desde então, as correções voltaram ao percentual habitual.
Nos últimos 24 anos, os reajustes de planos de saúde individuais ficaram acima dos 5% em 23 oportunidades. Durante este período, a maior variação ocorreu em 2022, quando a ANS liberou uma correção de até 15,5%. No ano passado, os brasileiros viram um aumento de até 9,63% ser aplicado pelas operadoras.