Foi recentemente aprovada a Lei nº 15.201, que institui o Programa de Gerenciamento de Benefícios (PGB) com o objetivo de aprimorar a análise de benefícios no âmbito do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O programa prioriza o Benefício de Prestação Continuada (BPC) devido às suspeitas de irregularidades e ao grande volume de processos acumulados, buscando agilizar a concessão de benefícios como aposentadorias, auxílios e, especialmente, o BPC, que atende idosos e pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade social.
Com o PGB, espera-se reduzir o tempo de espera na concessão desses benefícios, principalmente de processos parados há mais de 45 dias, incluindo demandas judiciais e perícias em atraso. Entre as estratégias para avançar na redução da fila, está a concessão de remuneração extra para servidores e peritos, incentivando uma maior produtividade e eficiência administrativa.
Principais incentivos do PGB

Os servidores do INSS receberão um adicional de R$ 68 por processo analisado e, para os peritos médicos, o incentivo será de R$ 75 por perícia concluída, seja presencial ou documental. Essas quantias são indenizatórias, não integrando o salário-base, nem compondo a aposentadoria ou podendo ser acumuladas com horas extras.
Além desses incentivos, está previsto um limite anual de R$ 17,1 mil para servidores e R$ 18,9 mil para peritos, desde que respeitado o teto constitucional de remuneração do serviço público. Essas medidas buscam estimular o engajamento e garantir maior rapidez na análise dos benefícios, ao mesmo tempo em que preservam o controle fiscal.
- Adicional de R$ 68 por processo analisado para servidores do INSS
- Indenização de R$ 75 por perícia concluída para peritos médicos
- Limite anual de até R$ 17,1 mil para servidores e R$ 18,9 mil para peritos
- Valor não incorpora salário, não influencia aposentadoria e não pode ser acumulado com horas extras
Duração e orçamento do programa
O PGB tem vigência inicial de 12 meses, com efeitos retroativos a partir de 15 de abril de 2025, podendo ser estendido até 31 de dezembro de 2026. O programa tem como meta inicial desafogar o grande volume de processos represados no INSS, contribuindo para melhorar o atendimento à população que depende desses benefícios.
Para viabilizar os pagamentos dos bônus e assegurar o funcionamento adequado do programa, foi reservado um orçamento anual de R$ 200 milhões. Esse investimento demonstra o compromisso do governo em combater a morosidade e tornar os processos mais céleres e transparentes.
- Vigência inicial de 12 meses, com possibilidade de prorrogação até 2026
- Orçamento reservado de R$ 200 milhões por ano
- Efeitos retroativos a partir de 15 de abril de 2025
- Foco principal na redução da fila do BPC e de perícias em atraso
Gestão e monitoramento do PGB
O acompanhamento do programa ficará a cargo de um comitê interministerial, reunindo representantes do INSS, Perícia Médica Federal, Ministério da Previdência, Ministério da Gestão e Casa Civil. O comitê visa acompanhar a execução, garantir o cumprimento dos objetivos e avaliar continuamente os resultados alcançados, assegurando que os recursos investidos tenham impacto positivo na redução das filas e maior agilidade nos processos. Além disso, o comitê tem a obrigação de identificar eventuais consequências negativas do programa, como possíveis cortes indevidos, e propor medidas corretivas para evitar prejuízos aos beneficiários.
- Monitoramento constante por comitê interministerial
- Avaliação dos resultados e garantia de cumprimento das metas
- Acompanhamento das consequências do programa para corrigir desvios
- Transparência e prestação de contas aos cidadãos
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Desafios e discussões sobre o PGB
Apesar de ser recebido com otimismo, o PGB também gera debate em relação ao risco de cortes indevidos, principalmente no Benefício de Prestação Continuada, que atende diretamente pessoas em situação de vulnerabilidade. Especialistas alertam que é fundamental o equilíbrio entre eficiência administrativa, redução de gastos públicos e a proteção dos direitos de quem depende dos benefícios sociais. O temor de impactos negativos obriga o governo e o comitê responsável a manter diálogo aberto com a sociedade, fortalecendo os mecanismos de revisão e recurso para exigir que decisões equivocadas possam ser rapidamente corrigidas.
- Risco de cortes indevidos em benefícios sensíveis, como o BPC
- Importância da revisão e possibilidade de recurso para os beneficiários
- Equilíbrio entre eficiência e garantia de direitos
- Destaque para o acompanhamento de especialistas e da sociedade civil