O Sistema Financeiro Nacional (SFN) deve registrar um aumento de 6,8% no volume de crédito concedido até o final de 2023, segundo a Pesquisa Especial de Crédito da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Esse dado representa uma desaceleração substancial em comparação ao crescimento de 14% observado em 2022.
Análise detalhada da pesquisa Febraban
A pesquisa, realizada com os principais bancos do país, antecipa que o saldo de crédito em dezembro de 2023 será 1,2% superior ao de novembro do ano passado. O presidente da Febraban, Isaac Sidney, destaca que apesar da desaceleração, o setor ainda busca empréstimos mais amplos e taxas mais baixas.
Crédito direcionado em destaque
A pesquisa indica um crescimento mais expressivo no crédito direcionado, estimando um aumento de 9,9% em relação a 2022. Esse desempenho é particularmente notável nas carteiras de pessoas físicas (+10,2%) e pessoas jurídicas (+9,4%), com destaque para linhas como crédito imobiliário e para o agronegócio.
Carteira livre x Carteira direcionada
Entre novembro e dezembro, espera-se um crescimento mais acentuado na carteira livre (1,3%) em comparação com a carteira direcionada (1,1%). A Febraban destaca o crescimento notável na carteira PJ livre, projetando um aumento de 2,4%, impulsionado por linhas de fluxo de caixa beneficiadas pela sazonalidade favorável do fechamento de trimestre e compras de final de ano.
Tendências para 2023
A pesquisa também aponta que as concessões de crédito devem crescer 3,7% ao longo de 2023. O crédito livre lidera esse cenário, com uma projeção de concessão mais elevada (3,8%). Pessoas físicas devem apresentar um desempenho superior (+7,3%), enquanto as concessões para empresas tendem a ser 0,5% menores em comparação a 2022, devido a fatores como taxas de juros elevadas e questões específicas do mercado, como o caso Americanas.
Análise do diretor de economia da Febraban
Rubens Sardenberg, diretor de Economia da Febraban, destaca que o volume acumulado de novas concessões em 12 meses continua em trajetória de desaceleração. Ele sugere que esse processo está próximo do fim, indicando uma possível estabilização no cenário de crédito.
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