“De repente, as blusinhas viraram a grande questão da economia nacional.” Na última semana, a proposta de taxar a importação dos produtos de menos de US$ 50 movimentou o mercado, gerando especulações sobre os reais impactos na economia e nas empresas brasileiras.
No episódio do podcast Ligando os Pontos desta semana, Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor do Mercado, comenta como o mercado financeiro reagiu à proposta que afeta empresas como Shein, Shopee e AliExpress — e como as varejistas chinesas reagiram.
Veja o novo episódio:
A aprovação da nova taxa no Congresso gerou um aumento nas ações de empresas de varejo, como C&A e Lojas Renner, refletindo a medida de que a taxação possa beneficiar as empresas nacionais ao reduzir a concorrência com os produtos chineses.
Na última semana, as ações da C&A subiram 5,25%, enquanto as ações da Renner tiveram um aumento de 1,29%.
Reações das empresas chinesas
Empresas chinesas como Shein e AliExpress se manifestaram contra a nova taxação, argumentando que isso representa “um retrocesso”.
Segundo o cálculo das empresas, os produtos importados abaixo de U$ 50 sofrerão uma alíquota total de 44,5%, pensando no bolso do consumidor final. Dessa forma, você terá que pegar o valor total do produto mais os impostos — terá que pagar, praticamente, um produto e meio.
Por outro lado, a Shopee, que também seria diretamente afetada, apoiou a medida. Em seu comunicado, a empresa destacou que 1 a cada 10 dos produtos vendidos em sua plataforma no Brasil são nacionais.
Primeiro o aço, depois as blusinhas
A medida lembra a recente taxação sobre o aço chinês, que aumentou de 11 para 25%. Mesmo com a nova taxa, as ações das principais siderúrgicas brasileiras — que foram a público reclamar —, como Usiminas, CSN e Gerdau, não tiveram uma recuperação sustentável e continuam desvalorizadas.
Desde a implementação da taxa, as ações da Usiminas (USIM5) caíram mais de 22%, da CSN (CSNA3) 11% e da Gerdau (GGBR4) 5%, enquanto o Ibovespa recuou cerca de 2,5%.