A crise recente nos bancos regionais dos Estados Unidos e no Credit Suisse pode não se tornar um problema contínuo ou sistêmico para os bancos da zona do euro, segundo o economista-chefe para a Europa da Capital Economics, Andrew Kenningham.
Em um relatório divulgado nesta terça-feira, Kenningham afirma que existem várias razões para acreditar que o risco de um problema sistêmico é baixo. Por exemplo, as perdas não realizadas nos balanços dos bancos europeus parecem ser menores do que nos bancos regionais dos Estados Unidos, e a posição financeira do Credit Suisse era muito pior do que a de qualquer outro grande banco europeu.
Além disso, a regulamentação do setor bancário é mais abrangente na União Europeia do que nos Estados Unidos. Os bancos europeus com um balanço de pelo menos 30 bilhões de euros estão sujeitos a testes de estresse da European Banking Authority (EBA), enquanto apenas aqueles com mais de US$ 250 bilhões estão sujeitos a escrutínio equivalente nos Estados Unidos.
Porém, há motivos para cautela, como a fuga de depósitos e a perda da confiança dos investidores, como aconteceu com o Credit Suisse. Além disso, a aquisição forçada do Credit Suisse pelo UBS lança dúvidas sobre a capacidade dos formuladores de políticas de apagar incêndios sem causar problemas em outros lugares.
O cenário macroeconômico também está se deteriorando, com previsões de uma recessão moderada e um aumento da taxa de depósito do BCE de 3% para 4%. Isso pode levar a um ambiente mais desafiador para os bancos e maiores perdas de crédito.
No geral, Kenningham não acredita em uma crise sistêmica, mas observa que pode haver outros problemas em instituições menores e menos regulamentadas. Isso causar um maior aperto das condições de crédito,o que pode levar a zona do euro a entrar em recessão.
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Larissa Bernardes / Agência CMA
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