São Paulo, 17 de março de 2023 – As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros
(DI) fecharam em queda, próximo a estabilidade, ancorada pelo alívio nos retornos (yields) dos
títulos do Tesouro americano (Treasuries)
Lá fora, preocupações com o setor bancário persistem, mas ativos de risco têm dia positivo.
Por aqui, Lula discute com ministros da área econômica o novo arcabouço fiscal, que pode ser
aprovado hoje, afirma Rafael Passos, da Ajax Capital.
Os mercados ensaiaram uma recuperação depois de medidas de apoio ao First Republic nos Estados
Unidos e Credit Suisse na Suíça. Contudo, as ações do Credit Suisse voltaram a cair na sessão,
reacendendo temores sobre a saúde do setor financeiro global.
A Mirae Asset, em relatório, afirma que o cenário de inadimplência elevada no país e a
expectativa de apresentação do novo arcabouço fiscal, além da crise bancária geral, jogam a
favor do corte da Selic.
Fato é que o Banco Central encontra-se em posição bem incômoda, pois, aceitando o arcabouço
do Haddad, pode indicar fragilidade contra as pressões políticas, o contrário, estressando ainda
mais a relação com o governo, diz o time de economistas da casa.
Rafaela Vitória, economista-chefe do Banco Inter, revisou o cenário e prevê o início do
corte da Selic em junho, chegando a 12% em dezembro deste ano.
Atividade mais fraca, com aperto de crédito, abre espaço para cortes mais cedo. O novo
arcabouço e redução do risco fiscal pode acelerar a queda de juros, disse.
Por volta das 16h40 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 12,965% de
13,034% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 12,060%, 12,180%, o DI para
janeiro de 2026 ia a 12,185%, de 12,320%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 12,455% de 12,585%
na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar operava em alta, cotado a R$ 5,2750 para
venda.
Pedro do Val de Carvalho Gil / Agência CMA
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