Bolsas no exterior operam em baixa, enquanto o dólar tem leve alta e o rendimento (yield) dos treasuries de 10 anos sobe para acima de 4% pela primeira vez desde novembro. A atividade econômica ainda acelerada nos EUA e inflação alta na Europa elevam as perspectivas de juros em patamares elevados. Hoje saiu a inflação ao consumidor (CPI) da zona do euro, que subiu 0,8% na comparação mensal de fevereiro e 8,5% na anual, acima da projeção do consenso de alta de 0,5% e 8,2%, respectivamente. A taxa de desemprego ficou em 6,7% em janeiro, ante consenso de 6,6%. O S&P 500 futuro cai 0,5%, o Stoxx Europe recua 0,3%, o Nikkei fechou em baixa de 0,1% e o Shanghai também caiu 0,1%.
• S&P 500 Futuro -0,5%
• STOXX 600 -0,3%
• FTSE 100 -0,3%
• Nikkei 225 -0,1%
• Shanghai SE Comp. -0,1%
• MSCI EM -0,3%
• Dollar Index +0,3%
• Yield 10 anos +3,8bps a 4,03%
• Bloomberg Comdty Index -0,1%
• Petróleo WTI +0,6% a US$ 78,17 barril
As ações da Tesla caem 6%, após encontro com investidores focar em sustentabilidade e eficiência, sem detalhes sobre atualização de modelos de carros e projeções financeiras. Já os papéis da Salesforce avançam 15,5% com estimativa de aumento do lucro neste ano fiscal.
Na agenda de hoje, tradicionais pedidos semanais de seguro-desemprego dos EUA, às 10h30. Chris Waller e Neel Kashkari, do Fed, falam ao longo do dia. Às 22h45 sai o PMI do setor de serviços Caixin de fevereiro da China.
O petróleo sobe quase 1%, com o WTI a US$ 78 o barril e o brent a US$ 84. Cobre recua em Londres, mas minério de ferro avança em Singapura.
O bitcoin cai 0,70%, a US$ 23,4 mil.
No Brasil,
O IBGE divulga hoje, às 9h, o PIB do 4T22, com estimativa do BTG Pactual de estabilidade na comparação trimestral e alta de 2,80% em base anual. No período anterior, o PIB subiu 0,40% t/t e avançou 3,60% a/a. Se confirmada, a desaceleração do PIB pode reforçar as críticas e a expectativa de corte da Selic neste ano. Também hoje, a Fenabrave divulga dados de vendas de automóveis em fevereiro, às 10h, e o Tesouro oferta LTNs e NTN-Fs.
O Ibovespa caiu 0,52% ontem, aos 104.385 pontos, pressionado pelas ações do setor de petróleo e Hapvida, mas com perdas amenizadas pela alta das commodities metálicas, após dados da China. O dólar caiu 0,6%, a R$ 5,19, e os juros futuros recuaram nos vencimentos mais curtos, com China e anúncio de retomada dos tributos nos combustíveis, o que melhora o quadro fiscal e renova as expectativas de corte da Selic em 0,25 ponto percentual no Copom de junho, segundo dados da Bloomberg.
O presidente Lula concede entrevista hoje, às 9h30, e participa de cerimônia do Bolsa Família, às 11h.
No noticiário corporativo, a Petrobras anunciou ontem a noite lucro líquido de R$ 43,3 bilhões no 4T22, alta de 38%, e de R$ 188,3 bilhões em 2022, o maior lucro já registrado por uma empresa de capital aberto. A Petrobras anunciou ainda o pagamento de R$ 35,8 bilhões em dividendos (R$ 2,745 por ação) e o conselho sugeriu manter R$ 6,5 bilhões dos dividendos em reserva. Ainda sobre a empresa, O Globo publicou que, a pedido do governo, a Petrobras estuda acabar com paridade internacional de seus preços, hoje de 100%, e vincular só 15% ao exterior.
A Ambev teve lucro de R$ 5,1 bilhões no 4T22, alta de 35,7%, e receita de R$ 22,7 bilhões, avanço de 3,1%. A Prio teve lucro de US$ 189,8 milhões no 4T22, alta de 19%, e receita de US$ 184,5 milhões, queda de 42%. A Marfrig reverteu lucro para prejuízo de R$ 628 milhões no 4T22.
Também divulgaram seus resultados a C&A, Enauta, Vulcabras, Odontoprev, entre outras. Para hoje, estão previstos os balanços da Alupar, Caixa Seguridade, Ourofino, Grendene, Grupo SBF e Zamp, após o fechamento do mercado.
A Oi entrou com novo pedido de recuperação judicial na Justiça do Rio de Janeiro. O trio de acionistas da Americanas acena com aporte de R$ 10 bilhões na empresa, segundo coluna Lauro Jardim. A EDP realizará oferta pública de aquisição de ações (OPA) para fechamento de capital da EDP Brasil, com o pagamento de R$ 24 por ação.
Com informações do BTG Pactual Research & News
Imagem: Piqsels