O BTG Pactual revisou a sua recomendação para as ações da Sabesp (SBSP3), elevando a classificação de “neutro” para “compra”. O banco também elevou o preço-alvo para as ações para 2025, em R$ 132.
A mudança está atrelada principalmente pelo sucesso da privatização da companhia, que, segundo o banco, tem potencial para transformar significativamente a estrutura operacional e financeira da empresa.
No pregão desta sexta-feira (9), os papéis da Sabesp avançavam 4,76%, negociados a R$ 97,06, por volta das 17h. Entre os motivos para a alta está a divulgação do balanço trimestral da companhia de saneamento, que trouxe um lucro líquido de R$ 1,2 bilhão — alta de 62,6% na comparação anual.
Privatização vantajosa para todos
Segundo o BTG, a privatização da companhia é vista como um ganho para o governo do estado de São Paulo, para os consumidores, para a Equatorial e para os acionistas minoritários.
“A privatização pode abrir novas oportunidades de crescimento, permitindo que a Sabesp adote práticas de gestão mais modernas e orientadas para o mercado”, afirmou o banco em relatório publicado nesta quinta-feira (8).
Comparação com outras privatizações no setor
O relatório do BTG também comparou a privatização da Sabesp com outras companhias de saneamento que passaram pelo mesmo processo, como a Copasa, em Minas Gerais, e a Sanepar, no Paraná.
Após a privatização, essas empresas conseguiram melhorar significativamente seus indicadores operacionais e financeiros, refletindo em uma valorização das ações no mercado.
O banco acredita que a Sabesp pode seguir um caminho semelhante, especialmente se conseguir implementar uma gestão mais eficiente e ampliar os investimentos em infraestrutura. A privatização também pode trazer um impulso para a melhoria dos serviços prestados, o que pode gerar um impacto positivo na percepção do mercado.
Relembre o processo de privatização da Sabesp
Na segunda metade do mês de julho, a Sabesp avançou com o seu processo de privatização após atingir a maior demanda institucional da história do mercado brasileiro, com uma oferta secundária de ações (follow-on), que somou R$ 187 bilhões.
Os investidores estrangeiros representaram cerca de 53% da demanda, totalizando R$ 96,5 bilhões. Entre os interessados, destacam-se fundos de longo prazo dos Estados Unidos, Europa e Ásia, além de fundos locais.
Na nova composição acionária da companhia, a Equatorial Energia (EQTL3) será a investidora estratégica — espécie de sócio estratégico do Governo —, e ficará com 15% da companhia. A negociação foi aprovada nesta terça-feira (6) pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). No total, a participação do Estado na companhia será reduzida de 50,3% para 18% com a privatização.
Imagem: Agência Sabesp