O IRB (Re) (IRBR3) triplicou o seu lucro líquido para R$ 65,2 milhões no segundo trimestre deste ano, marcando o sexto trimestre consecutivo de resultados positivos. Esse valor representa um aumento de 224,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando a empresa registrou um lucro de R$ 20,1 milhões.
No acumulado de 2024, a companhia alcançou um lucro de R$ 144,3 milhões, um salto de 403,9% em comparação ao primeiro semestre do ano passado, quando o lucro foi de R$ 28,6 milhões. Esse crescimento supera em 26% o lucro líquido total do ano de 2023, mesmo considerando os impactos financeiros da tragédia ocorrida no Rio Grande do Sul.
Após a divulgação do balanço, as ações do ressegurador saltaram 17,65%, negociadas a R$ 38,26. Nesta quinta-feira (15), o BTG Pactual elevou de neutra para compra a recomendação dos papéis do IRB (Re), com preço-alvo de R$ 40, representando um potencial de alta de 23% em relação ao fechamento de ontem.
Consistência do IRB (Re) nos últimos trimestres
Marcos Falcão, CEO do IRB (Re), destacou a consistência na evolução da empresa: “Nossos números mostram que, trimestre a trimestre, evoluímos consistentemente, em consequência da nossa estratégia de negócios. E, agora, os números do 2º trimestre, quando apresentamos lucro líquido de R$ 65,2 milhões, índice de sinistralidade de 65% e índice combinado de 106%, mostram evolução em relação ao ano passado”.
Resultado de subscrição e índices operacionais
O resultado de subscrição entre abril e junho totalizou R$ 33,7 milhões, ligeiramente inferior ao registrado no mesmo período do ano passado devido ao impacto dos danos no Rio Grande do Sul.
No entanto, o índice de sinistralidade, que mede a proporção de sinistros pagos em relação aos prêmios recebidos, caiu de 73,6% para 65%. Já o índice combinado, que engloba sinistralidade, comissionamento e demais despesas, foi de 106%, uma melhora em relação aos 107,5% do ano anterior.
Foco do IRB (Re) no mercado brasileiro
A estratégia de concentrar negócios no Brasil se refletiu em um aumento de 18,4% no prêmio emitido no país, totalizando R$ 1,178 bilhão no 2T24, enquanto o prêmio emitido no exterior registrou uma queda de 35,9%, alinhando-se à estratégia da empresa de reduzir sua participação internacional.
Daniel Castillo, vice-presidente de Resseguros do IRB (Re), explicou que essa estratégia visa concentrar os negócios no Brasil e na América Latina. “Continuamos com a estratégia para concentrar 70% dos nossos negócios no Brasil, 20% na América Latina e 10% para as demais exposições internacionais”.
Redução das despesas gerais e administrativas
As despesas gerais e administrativas do IRB (Re), no trimestre, totalizaram R$ 83,8 milhões, cerca de 3,3% melhor que o reportado no ano passado. O índice de despesas administrativas alcançou 8,1%. No acumulado do ano, as despesas administrativas se mantiveram inferiores ao ano passado, totalizando R$ 158,7 milhões, com índice de 8,1%.
O resultado financeiro e patrimonial da companhia, foi de R$ 165,8 milhões, 73,4% superior ao mesmo período do ano passado. Já no acumulado do ano, o número chegou ao montante de R$ 307,5 milhões, maior do que no ano passado em 27,5%.
Indicadores regulatórios e IFRS 17
Em termos de indicadores regulatórios, o IRB (Re) apresentou suficiência tanto no Índice de Suficiência de Patrimônio Líquido Ajustado, que foi de R$ 820 milhões, quanto no Índice de Cobertura de Provisões Técnicas, com suficiência de R$ 609 milhões.
A empresa também se adaptou à nova norma contábil internacional IFRS 17, reportando um resultado positivo de R$ 194 milhões no 2T24, uma significativa melhora em relação ao prejuízo de R$ 37 milhões no mesmo período do ano anterior.
Segundo Falcão, o resultado foi influenciado pela recuperação dos sinistros no Rio Grande do Sul e pela variação cambial positiva, que aumentou o resultado financeiro líquido em R$ 136 milhões.