O dólar acelerou o ritmo de queda e já opera abaixo dos R$ 5. A moeda reflete tanto a postura mais dovish (suave, propensa ao corte dos juros) do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) quanto um Comitê de Política Monetária (Copom) mais duro.
De acordo com o economista-chefe do Banco Alfa, Luis Otavio Leal, “a postura do Banco Central (BC), ontem, foi mais hawkish (dura, propensa ao aumento dos juros) do que era esperado. Com os juros altos, o câmbio cai”.
“A junção do Fed dovish com o Copom hawkish faz muita pressão no câmbio. O movimento de hoje, no câmbio, não é nenhuma surpresa”, explica Leal.
Para o head de tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, “o mercado enxergou que o aperto do Fed está chegando ao fim. Isso derrubou as taxas das curvas de juros e faz com que o dólar se aproxime dos R$ 5,00”.
Weigt entende que o comunicado do Banco Central (BC), ontem, tinha endereço: “A mensagem foi mais para os políticos, reafirmando a independência do Copom. Entre os emergentes, temos a maior taxa real de juros do mundo, o que favorece o carry trade”, opina.
Por volta das 11h12 (horário de Brasília), o dólar comercial caía 1,60%, cotado a R$ 5,98 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em março de 2022 recuava 1,55%, cotado a R$ 5.002,00.
Paulo Holland / Agência CMA
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