O Ibovespa encerrou esta quarta-feira (6) em queda, atingindo o menor patamar desde o último dia 24. Durante boa parte da tarde, o índice operou abaixo dos 126 mil pontos, refletindo principalmente a desvalorização da Petrobras, alinhada à correção dos preços do petróleo após a divulgação dos estoques dos Estados Unidos.
No fechamento, o índice registrou baixa de 1,01%, encerrando aos 125.622,65 pontos, evidenciando uma performance mais próxima da mínima do dia (125.614,35) do que da máxima (127.537,55) alcançada no início da jornada. O volume financeiro movimentado atingiu R$ 22,8 bilhões nesta quarta-feira. Na semana, o Ibovespa acumula uma queda de 2,00% e, nas quatro primeiras sessões de dezembro, apresenta um recuo de 1,34%. No acumulado do ano, o índice apresenta um crescimento de 14,48%, impulsionado pelo ganho de 12,54% registrado em novembro.
Impacto da Petrobras e setor metálico
Durante a tarde, a virada no setor metálico, principalmente com a Vale, Gerdau e CSN, mesmo com o avanço no preço do minério de ferro no mercado futuro chinês, exerceu pressão adicional sobre o Ibovespa. Este cenário negativo para as ações da Petrobras foi agravado pela queda nos preços do petróleo, com o WTI, referência americana, atingindo valores abaixo de US$ 70 por barril pela primeira vez desde junho.
A correção nos preços da commodity foi ampliada após o Departamento de Energia dos Estados Unidos divulgar um aumento acima do esperado nos estoques de gasolina e destilados do país, apesar da diminuição nos estoques de barris de petróleo.
Performance das ações
No segmento de ações, as principais perdas do Ibovespa nesta quarta-feira foram lideradas por São Martinho (-4,44%), BRF (-4,34%), PetroRecôncavo (-4,33%) e Prio (-3,99%), seguidas das ações preferenciais da Petrobras (-3,60%). Por outro lado, Hypera (+6,03%), Pão de Açúcar (+3,92%), Raízen (+2,89%) e CVC (+2,79%) apresentaram ganhos.
Análise e perspectivas
As ações do GPA e do Carrefour foram impulsionadas por novos guidances. Enquanto o GPA manteve a projeção de margem Ebitda entre 8% e 9% em 2024, o Carrefour anunciou novas projeções de vendas, animando o mercado, apesar de algumas análises considerarem tais projeções conservadoras e apontarem riscos negativos.
No contexto mais amplo, o Ibovespa não conseguiu acompanhar fatores favoráveis a uma progressão da exposição a ações, mesmo com o dólar e os juros futuros em baixa na sessão. O mercado aguarda o relatório do payroll de novembro, que trará dados cruciais sobre a criação líquida de vagas, a taxa de desemprego e a evolução do ganho salarial médio nos Estados Unidos.
Expectativas e projeções futuras
Com percepções mais favoráveis sobre os juros globais, algumas casas de investimento revisaram suas projeções para o Ibovespa no final do próximo ano. Enquanto Inter e XP estimam um fechamento de 142 mil pontos para 2024, a Guide prevê um avanço ainda maior, em direção a 155 mil pontos. Tais previsões, se confirmadas, representarão marcos inéditos para o índice.
Com informações do Broadcast
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