O dólar acelerou nesta manhã e chegou a máxima intradiária de R$ 5,73 por volta das 9h25, refletindo a desconfiança dos investidores em relação ao cenário fiscal. No exterior, os ganhos frente às principais moedas nesta segunda-feira (21), é impulsionado pela alta nos juros dos Treasuries e pelas expectativas em torno das eleições nos Estados Unidos.
A moeda norte-americana operava em alta de 0,08%, negociada a R$ 5,70 por volta de 12h50. Na última semana, o dólar ultrapassou esta faixa em dois pregões, mas desde 5 de agosto não encerra as negociações acima deste patamar.
Cenário fiscal e exterior enfraquecem real
A leve valorização do dólar no cenário doméstico é reflexo da desconfiança dos investidores com o cenário fiscal brasileiro. A maior discussão nesta área são os prováveis cortes de gastos, que serão propostos pela equipe do Ministério da Fazenda. Os planos ainda não foram finalizados, mas devem avançar assim que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, retornar de compromissos no exterior.
Nesta manhã, a moeda também se valoriza diante a outras divisas de países emergentes e exportadores de commodities, como o peso mexicano, o rublo russo e o dólar canadense, em um movimento acompanhado pela leve baixa nas taxas de depósitos interfinanceiros (DI).
O viés de baixa do DI vai na contramão dos rendimentos dos Treasuries. Os yields longos, de 10 e 30 anos, renovaram há pouco máximas e estão nos maiores níveis desde julho.
Mais cedo, o Banco Central divulgou o novo Boletim Focus, com novas atualizações sobre os principais dados econômicos do país. No levantamento, as projeções indicaram para a inflação brasileira atingindo o teto da meta no final de 2024.
Impacto das eleições dos EUA no dólar
O mercado de câmbio segue sendo influenciado pelas expectativas em torno das eleições presidenciais nos Estados Unidos, que ocorrem no próximo dia 5. De acordo com o banco ING, o mercado parece estar se posicionando para uma possível vitória do ex-presidente Donald Trump, candidato republicano.
A avaliação da instituição ajudou a fortalecer ainda mais o índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a seis moedas relevantes, que registra alta de 0,38%, aos 103,88 pontos, na máxima intradiária.
Os investidores também repercutem falas da presidente do Federal Reserve (Fed) de Dallas, Lorie Logan, que afirmou durante entrevista nesta segunda que os “riscos reais” de inflação persistem no país, diante de uma economia forte e saudável, e que os riscos para o mercado de trabalho aumentaram..