As empresas brasileiras captaram R$ 541,9 bilhões no mercado de capitais, até setembro deste ano, estabelecendo um novo recorde para o período e superando em 15,9% o total de emissões de 2023.
Os dados divulgados nesta terça-feira (22) pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), revelaram que a maioria desse montante (R$ 480,7 bilhões) foi captada por meio de papéis de renda fixa, com destaque para as debêntures.
Debêntures impulsionam captações de renda fixa
As debêntures, que são títulos de dívida emitidos por empresas para captar recursos diretamente no mercado, responderam por R$ 315 bilhões do total captado nos primeiros nove meses do ano.
Esse valor já supera o total captado com debêntures em 2023, que foi de R$ 236 bilhões. Setores ligados à infraestrutura foram responsáveis por 45,7% do volume captado via debêntures.
O prazo médio dos papéis vendidos foi de 7,9 anos, levemente abaixo dos 8,6 anos registrados no ano anterior. Além disso, o número de emissões de debêntures acima de R$ 1 bilhão cresceu de 74, em 2023, para 110 neste ano. Ao todo, 448 empresas realizaram emissões em 2024.
Fundos de investimento lideram aquisições
Os fundos de investimento são os maiores compradores de debêntures, especialmente devido ao aumento do fluxo de investimentos nesse tipo de aplicação. No terceiro trimestre, os fundos adquiriram 51,1% das debêntures emitidas, contra 27,2% no mesmo período de 2023.
Além das debêntures, outros instrumentos de renda fixa também se destacaram. Os fundos de recebíveis (FIDC) captaram R$ 48,2 bilhões entre janeiro e setembro, seguidos pelos certificados de recebíveis imobiliários (CRI), com R$ 42 bilhões, e pelos certificados de recebíveis do agronegócio (CRA), que somaram R$ 29 bilhões no período.
Os FIDC lideram em número de operações, com a criação de 625 novos fundos nos nove primeiros meses de 2024.
Ofertas de ações continuam em queda
Em contraste com o desempenho robusto da renda fixa, as ofertas de ações decepcionaram. O volume captado por meio de emissões de ações totalizou R$ 21,8 bilhões em 2024, uma queda de 25% em comparação com o mesmo período do ano passado. O número de ofertas também recuou, com uma redução de 53%.
A privatização da Sabesp foi o principal fator de destaque nas captações via ações, mas, no geral, o desempenho deste segmento ficou aquém das expectativas.