Diante da alta da inflação e da taxa básica de juros, a Selic, o mercado financeiro brasileiro registrou um aumento expressivo na emissão de títulos de renda fixa, como debêntures, CRIs e CRAs.
O excesso de ofertas de investimentos de renda fixa no Brasil, algo jamais visto antes, causou o chamado “paradoxo da escolha”, fazendo gestores segurarem o dinheiro em caixa com medo da exposição a riscos desnecessários.
No novo episódio de Ligando os Pontos, podcast produzido pelo Monitor do Mercado, Marcos de Vasconcellos, explica como a abundância de opções afetou o mercado.
Emissão recorde em 2024
A emissão de títulos de renda fixa atingiu um patamar recorde em 2024. Até o terceiro trimestre, as empresas captaram R$ 480 bilhões, superando o total emitido em 2023, segundo dados da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
As debêntures, que são títulos de dívida emitidos por empresas, representaram R$ 236 bilhões desse montante, um aumento de 33% em comparação com o ano anterior.
Insegurança mantém dinheiro em caixa
O excesso de opções no mercado aumenta o desafio dos gestores para identificar títulos com risco adequado. Recentemente, problemas de crédito no setor de agronegócio e casos de calotes de grandes empresas, como Light e Oi, acenderam um alerta.
Agora, os gestores estão mais cautelosos ao avaliar a qualidade dos emissores, devido a potenciais inadimplências. Dessa forma, muitos preferem manter parte do capital em caixa, aguardando oportunidades de melhores condições de investimento.
O que é o “paradoxo da escolha”?
Esse cenário ilustra o chamado “paradoxo da escolha”, teoria popularizada pelo psicólogo Barry Schwartz, que sugere que um excesso de opções pode dificultar a tomada de decisão e gerar insatisfação.