O setor de saúde registrou desempenho variado no terceiro trimestre deste ano, com a maioria das empresas apresentando resultados abaixo das expectativas. No entanto, na análise do BTG Pactual, as apostam giram em torno da Rede D’Or (RDOR3), graças aos resultados trimestrais.
A desaceleração das empresas do setor, em relação ao segundo trimestre, foi marcada pelo fraco crescimento em receitas hospitalares e diagnósticos, mas compensada por uma melhora geral na sinistralidade dos planos de saúde.
Destaques positivos no setor de saúde
Os índices de sinistralidade — que medem os custos com atendimentos em relação ao total arrecadado pelas operadoras — caíram em todas as empresas monitoradas:
- Hapvida (HAPV3): queda de 160 pontos-base (bps) na sinistralidade caixa;
- SulAmérica: recuo de 400 bps;
- Porto Saúde (PSSA3): redução de 230 bps;
- Bradesco Saúde: diminuição de 310 bps.
No setor odontológico, a Odontoprev (ODPV3) teve desempenho acima dos concorrentes, consolidando o segmento como um dos principais destaques do trimestre.
Baixa na expansão de receitas
As taxas de ocupação hospitalar apresentaram comportamento misto:
- Redução para Rede D’Or (RDOR3): (-140 bps) e Kora Saúde (KRSA3): (-170 bps);
- Aumento para Mater Dei (MATD3): (+320 bps) e Dasa (DASA3): (+70 bps).
As receitas cresceram a um dígito médio, exceto pela Rede D’Or, que avançou 10% graças ao aumento no ticket médio. No segmento de oncologia, o crescimento desacelerou, mas ainda registrou alta de dois dígitos, com destaque para RDOR e Dasa.
Por outro lado, laboratórios enfrentaram menores volumes, resultando em crescimento mais tímido. A Blau Farmacêutica (BLAU) foi a exceção, com fortes resultados operacionais e geração de caixa sólida, enquanto a Hypera (HYPE3) apresentou números mais fracos devido a ajustes no capital de giro.
Recomendações do BTG Pactual
Além da recomendação para RDOR3, que segue como uma das principais empresas do setor na carteira do BTG, o banco recomenda compra para a Hapvida, após a recente queda nas ações.
O banco também considera como uma boa oportunidade, os papéis da Fleury (FLRY3) — considerado uma alternativa defensiva —, e Blau, agora classificada como a small cap favorita pelo banco.