O início do verão no hemisfério sul, previsto para começar em breve, deverá apresentar contrastes climáticos significativos entre diferentes regiões do Brasil. Enquanto o norte do país enfrentará chuvas acima da média devido à atuação da La Niña, o sul deverá lidar com ondas de calor e períodos de estiagem. Tal cenário traz preocupações para setores como a agropecuária, que ainda vive as consequências da seca anterior com temporais do começo do ano.
Com a mudança das condições climáticas, agronegócios estão se preparando para adaptar-se aos desafios impostos pelo clima. Produtores, especialmente no setor agrícola, estão implementando medidas preventivas para proteger culturas importantes como arroz e frutas. A expectativa é que, ao contrário do El Niño do ano passado, a La Niña provoque mais adversidades em determinadas áreas, como apontam especialistas do setor.
Como a La Niña Afeta o Clima?
A La Niña, fenômeno climático caracterizado por temperaturas abaixo do normal nas águas do Oceano Pacífico Equatorial, é conhecida por causar aumento de precipitações no Norte e Nordeste do Brasil, potencializando a umidade ao longo do verão. Este fenômeno traz um contraste marcante com o El Niño, que anteriormente trouxe calor intenso. No Centro-Oeste e Sudeste, a expectativa é de frentes frias acompanhadas por picos moderados de calor. Já no Sul, a previsão aponta para chuvas esparsas, intercaladas com longos períodos secos.
Quais são os Impactos nas Produções Agrícolas?
No Nordeste, a expectativa de chuvas intensas é motivo de apreensão para produtores de frutas como melão e melancia. A situação pode favorecer o surgimento de fungos e bactérias devido ao contato direto das frutas com o solo úmido. Especialistas recomendam a intensificação de pulverizações preventivas para mitigar os riscos, mesmo diante de uma temporada potencialmente chuvosa.
No Sul do Brasil, a seco persiste como uma ameaça para os agricultores, especialmente para aqueles que se dedicam à produção de arroz. O arroz irrigado depende criticamente de reservatórios em bons níveis para garantir produtividade. As chuvas do ano anterior deixaram reservatórios em situação favorável, mas a continuidade de um clima seco pode modificar esse quadro rapidamente.
Quais são os Riscos à Saúde Pública?
Além dos desafios econômicos, a estação chuvosa pode intensificar o risco de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, como dengue, zika e chikungunya. Com um histórico recente de casos em ascensão, o governo federal lançou uma campanha com investimentos substanciais para a contenção da proliferação dessas doenças, que já alcançaram números alarmantes no ano anterior.
Como as Cidades Estão se Preparando?
Cidades e estados brasileiros estão antecipando suas ações para minimizar os impactos climáticos adversos. O Rio de Janeiro, por exemplo, lançou o Plano Verão, que prevê investimentos significativos em medidas preventivas como contenção de encostas e limpeza de galerias pluviais. Além disso, a cidade adotou um protocolo de calor que pode levar ao cancelamento de eventos durante picos de temperatura excessivos. Estas ações visam mitigar os riscos associados às mudanças climáticas intensas, garantindo a segurança e o bem-estar da população.