Os lucros industriais da China registraram queda de 10% em outubro na comparação anual, melhorando o resultado em relação ao declínio de 27,1% em setembro, pressionados pelo processo de deflação no país.
No acumulado de janeiro a outubro, os lucros recuaram 4,3%, para 5,868 trilhões de iuanes (R$ 4,7 trilhões), piorando em relação à queda de 3,5% registrada até setembro, de acordo com dados divulgados pelo Departamento Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês).
Maioria dos setores registraram lucros na China
A maioria dos setores industriais apresentou melhora nos lucros em relação a setembro, com destaque para os segmentos de equipamentos e manufatura de alta tecnologia, que tiveram papel de suporte. Contudo, economistas alertam que a melhora de outubro pode ser atribuída em parte ao efeito de uma base comparativa baixa do ano anterior.
“Os dados mensais de outubro estão sujeitos a ruídos devido aos efeitos de base”, afirmou Lynn Song, economista-chefe do ING para a Grande China. “Os lucros industriais seguem sob pressão neste ano, mas há esperanças de que um ambiente mais favorável surja com a flexibilização de políticas em 2025.”
Desempenho dos setores industriais
Entre janeiro e outubro de 2024, os setores industriais chineses apresentaram resultados variados. As empresas estatais registraram lucro de 1,853 trilhão de iuanes (US$ 255,51 bilhões), uma queda de 8,2%, enquanto empresas estrangeiras listadas em Hong Kong tiveram lucro de 1,455 trilhão de iuanes (US$ 200,63 bilhões), alta de 0,9%.
No setor de mineração, o lucro caiu 12,7%, totalizando US$ 135,75 bilhões. Por outro lado, algumas indústrias se destacaram positivamente, como a de fundição e processamento de metais não ferrosos, com aumento de 40% no lucro; produção e fornecimento de energia e calor, que cresceu 13,8%; fabricação de computadores e equipamentos eletrônicos, com alta de 8,4%; e a indústria têxtil, também com avanço de 8,4%.
Perspectivas para os próximos meses
Embora o governo chinês tenha anunciado um pacote de dívida local de US$ 1,4 trilhão, a medida ficou abaixo das expectativas do mercado. Investidores ainda aguardam estímulos fiscais mais robustos para impulsionar o consumo e apoiar a economia de US$ 19 trilhões.
Com a meta de crescimento do PIB de 5% para 2024, os formuladores de políticas enfrentam o desafio de equilibrar estímulos e estabilidade econômica em meio às crescentes incertezas globais.