Os papéis da Suzano (SUZB3) negociados na Bolsa de Valores brasileira não param de valorizar — assim como os que a empresa fabrica — após a alta histórica do dólar. Grande parte da receita da companhia vem de exportações, como a de celulose, e são negociadas em moeda estrangeira.
Nesta quarta-feira (4), as ações da Suzano operam em alta de 1,96%, a R$ 64,64. No ano, os papéis acumulam uma alta de 17%.
Visão positiva de bancos para a Suzano
Na análise do BTG Pactual, a perspectiva de fusões e aquisições de grande porte reduziu-se consideravelmente após a tentativa frustrada de aquisição da International Paper (IP). No entanto, os fundamentos da Suzano (SUZB3) seguem robustos, suportando uma visão positiva para os papéis.
Além disso, o banco acredita que o mercado está gradualmente reavaliando o valor do ativo, em função do avanço do projeto Cerrado e da alocação disciplinada de capital, como as recompras de ações.
Múltiplos atrativos e desalavancagem acelerada
Com as ações negociadas a um múltiplo de aproximadamente 5,6 vezes a relação de EV (valor da empresa) e Ebitda em 2025, abaixo do nível que o BTG considera justo (cerca de 7x), o banco reforça a atratividade do papel.
A desalavancagem financeira é um ponto de destaque, com expectativa de redução do indicador dívida líquida/EBITDA para 2,6 vezes até o final de 2025, abaixo dos atuais 3x.
Ainda que o curto prazo seja desafiador para os preços da celulose, o consenso de mercado já reflete essa correção. Mesmo em um cenário de preço médio de US$ 550 por tonelada, a Suzano apresenta um rendimento de fluxo de caixa livre (FCFE) de aproximadamente 9%.
Morgan Stanley revisa preço-alvo
O Morgan Stanley também revisou sua recomendação para as ações da Suzano, elevando de neutra para compra, com preço-alvo revisado de R$ 62 para R$ 83. Isso representa um potencial de valorização de 30,9%, considerando a cotação de fechamento desta terça-feira (3), a R$ 63,40.
Os analistas do Morgan destacam que a estratégia de desalavancagem, combinada com foco em aquisições menores e na diversificação de portfólio, deve sustentar margens de EBITDA acima de 50% nos próximos anos. A redução nos custos por tonelada também reforça a competitividade da Suzano.