O dólar encerrou a sessão desta quarta-feira (4) em leve queda de 0,18%, cotado a R$ 6,05, após oscilar entre R$ 6,02 e R$ 6,07, enquanto o índice DXY, que mede a força do dólar ante uma cesta de moedas, caiu 0,03%, a 106,330 pontos,
O resultado significa a segunda queda consecutiva para a moeda, que segue acima dos R$ 6 e próximo da máxima histórica, atingida na última semana, refletindo a desvalorização global após dados econômicos mais fracos nos Estados Unidos.
Dados dos EUA pressionam o dólar
O recuo do dólar foi impulsionado pelo índice PMI do setor de serviços americano, divulgado pelo Instituto de Gestão da Oferta (ISM), que ficou em 52,1 pontos em novembro, abaixo da expectativa de 55,6 pontos. Embora ainda mostre expansão (valores acima de 50), o resultado indica uma atividade mais contida.
Outro fator foi o relatório ADP de emprego, que apontou uma desaceleração na criação de vagas no setor privado dos Estados Unidos, reforçando as apostas em um corte de juros de 0,25 ponto percentual pelo Federal Reserve (Fed) em sua próxima reunião.
Jerome Powell, presidente do Fed, também contribuiu para o movimento ao reiterar que a inflação americana está em desaceleração e que os juros estão próximos de um nível neutro.
Contudo, ele alertou para os riscos fiscais nos Estados Unidos, que ainda precisam aprovar um novo orçamento para evitar uma paralisação governamental. A última reunião do Comitê Federal Aberto (Fomc, na sigla em inglês) acontecerá no próximo dia 18.
Cenário doméstico e cautela fiscal
No Brasil, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, afirmou que o governo enfrentará dificuldades para aprovar o pacote fiscal. O mercado segue cauteloso com os desdobramentos dessa pauta, limitando uma recuperação mais forte do real.
Marcos Weigt, do Travelex Bank, avalia que o pessimismo sobre o fiscal pode estar exagerado e acredita que o pacote possa ser aprimorado no Congresso, favorecendo a trajetória das contas públicas.
A opinião de Weigt foi endossada pelo sócio da Pronto! Invest, Vanei Nagem, que ressaltou que o dólar deve permanecer em patamares elevados enquanto o governo não adotar medidas mais firmes para ajustar o fiscal.