No fechamento do mercado financeiro, os juros futuros permaneceram próximos à estabilidade, com uma inclinação para alta nas taxas de longo prazo. Ao longo desta sexta-feira (24), as taxas oscilaram próximo aos ajustes anteriores, não evidenciando uma tendência definida, resistindo às influências do aumento nos rendimentos dos Treasuries. Durante esse período, os preços do petróleo registraram queda, enquanto o mercado cambial permaneceu estável. No cenário fiscal, o veto do presidente Lula à desoneração da folha de pagamentos de 17 setores gerou interpretações diversas, porém foi absorvido pelos agentes do mercado. A liquidez foi novamente afetada devido à sessão reduzida em Wall Street, no dia seguinte às celebrações de Ação de Graças nos Estados Unidos.
O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 fechou em 10,455%, contra os 10,491% do ajuste anterior, enquanto o DI para janeiro de 2026 reduziu de 10,22% para 10,19%. A taxa do DI para janeiro de 2027 encerrou-se estável em 10,35%, e a do DI para janeiro de 2029 atingiu 10,78%, ante os 10,75%. Em comparação com a semana passada, as taxas curtas mantiveram-se estáveis, enquanto as intermediárias e longas tiveram um discreto avanço.
Análise de especialistas e cenário internacional
O volume de transações nos Treasuries permaneceu baixo, limitando o impacto do aumento das taxas nos negócios nacionais. Adauto Lima, economista-chefe da Western Asset, ressaltou que, embora as taxas tenham subido, a liquidez foi baixa. Ele indicou que há uma ideia em formação sobre a redução das taxas americanas, o que pode contrabalançar as notícias negativas do cenário fiscal. Entretanto, alertou para a crescente preocupação a cada novo anúncio relacionado à área fiscal. A taxa da T-Note de dez anos avançou para 4,46%, ainda distante do pico de 5% registrado em meados de outubro.
Impacto geopolítico e decisões fiscais
O declínio nos preços do petróleo diminui o receio de uma escalada das tensões geopolíticas no Oriente Médio, influenciando positivamente as taxas de juros. Por outro lado, no âmbito fiscal, o veto de Lula à desoneração da folha de pagamentos de 17 setores, embora em teoria busque recuperar a arrecadação, tem sua derrubada no Congresso como um cenário provável. Este movimento gerou debates intensos entre empresas e associações, que temem possíveis demissões em larga escala, representando um risco para a atividade econômica.
Perspectivas e riscos futuros
Eduardo Velho, economista-chefe da JF Trust, ressaltou que o veto presidencial e a tensão gerada pela aprovação no Senado do projeto que restringe poder no STF aumentam a incerteza política, potencialmente afetando a tramitação de pautas no Congresso. Apesar de acreditar na aprovação de projetos de taxação de fundos de alta renda e apostas esportivas, Velho enfatiza que questões como as subvenções do ICMS permanecem envoltas em incertezas. Por isso, prevê um cenário com pouco potencial de queda para os DIs.
Com informações do Broadcast
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