O Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa de juros do país, a taxa Selic, em 1 ponto percentual (pp), levando-a para 12,25% ao ano. A decisão unânime foi anunciada na tarde desta quarta-feira (11).
Essa é a terceira elevação da taxa no governo Lula 3, todos feitos consecutivamente, e marca a última reunião de Roberto Campos Neto como presidente do Banco Central (BC).
Desde a última decisão, o cenário fiscal brasileiro piorou muito, com o dólar chegando ao maior nível da história em relação ao real, e fez o mercado realinhar suas expectativas.
No Boletim Focus que antecedeu a reunião de novembro, o mercado esperava que a Selic terminasse o ano em 11,75%. Agora, a expectativa é de 12%, segundo as informações do último Focus, divulgado nesta segunda-feira (9).
Segundo o relatório, o cenário doméstico é marcado por uma desancoragem das expectativas e elevação das projeções de inflação, o que exige uma política monetária ainda mais contracionista — ou seja, o aumento da taxa de juros.
Internacionalmente, “o ambiente externo permanece desafiador, em função, principalmente, da conjuntura econômica nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed”, explica o comunicado.
O comitê também disse que o recente anúncio fiscal afetou, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio.
Além disso, se o cenário que o Banco Central espera se confirmar, deverão acontecer mais dois aumentos de 1 pp nas próximas duas reuniões.
Goldman Sachs, Itaú e BTG já previam o anúncio
Apesar da pesquisa Copom Watch, do BTG Pactual, do Índice Equus de Precificação da Selic (IEPS) e do Boletim Focus apontarem um aumento de 0,75 ponto percentual (pp), grandes bancos, como Goldman Sachs, Itaú e o próprio BTG apostavam em uma alta mais agressiva de 1 ponto percentual (pp).
Analistas do Goldman Sachs acreditam que diante de um cenário macroeconômico doméstico e internacional, o Banco Central (BC) irá acelerar o ritmo de alta dos juros, levando a um aumento de 1 pp, levando a Selic para 12% ano. O banco explica que “uma resposta monetária forte e antecipada é necessária”.
No mesmo caminho, o Itaú aposta que o Copom adotará um ritmo mais agressivo para combater o risco de desancoragem das expectativas de inflação. Além disso, o banco espera que, em 2025, a taxa terminal deve ser maior do que a atual projeção de 13,5% ao ano, feita anteriormente.
Os economistas do BTG projetam que o BC acelerará o ritmo de aumento na reunião de dezembro, com um aumento de 1 pp. “Portanto, nosso cenário básico antecipa a taxa Selic em 12,25% ao ano no final de 2024”, indica o banco, que vinha trabalhando com um aumento de 0,75 ponto.
Como isso afeta meus investimentos?
A taxa Selic é conhecida como a taxa básica de juros, influenciando diretamente a economia do país e a vida das pessoas, e serve, principalmente, para controlar a inflação do país.
Quando a taxa aumenta, ajuda a desacelerar a economia e controlar a inflação. Quando a taxa cai, a economia aquece e estimular o consumo no mercado.
A Selic também responde à porcentagem de juros que deve ser paga aos bancos quando você realiza um financiamento ou empréstimo. Além disso, ela está diretamente relacionada aos investimentos de renda fixa, impactando no valor que um investidor vai receber por algum título que adquiriu.