O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Minneapolis, Neel Kashkari, disse nesta quinta-feira que a instituição tem “mais trabalho a fazer” para reduzir a inflação, e está “muito longe” de poder pausar suas altas agressivas da taxa de juros.
“Não me sinto confortável em dizer que vamos fazer uma pausa” até que haja evidências de que a inflação está esfriando, disse Kashkari em uma sessão de perguntas e respostas do Fall Leadership Conference. Não há “quase nenhuma evidência” de que a inflação tenha atingido o pico, completou.

Segundo ele, para sair do atual cenário de desequilíbrio global entre oferta e demanda com uma “aterrissagem suave” da economia, é necessário cooperação pelo lado da oferta, com redução do gargalo de fornecimentos. “Se não tivermos ajuda do lado da oferta, teremos que ajustar a demanda e isso vai ser mais doloroso”, disse.
Por outro lado, o presidente do Fed de Minneapolis tentou afastar a perspectiva de que os Estados Unidos estão em estagflação. “É a transição de um período de pandemia e reabertura para a busca de um período de inflação mais baixa”, afirmou.
O Fed elevou sua taxa de juros em 0,75 ponto percentual três vezes consecutivas para conter a disparada dos preços na maior economia do mundo e deve realizar novo aumento semelhante na próxima reunião.
Kashkari disse acreditar que pode haver algumas “rachaduras” nos mercados financeiros à medida que os investidores se ajustam ao ambiente de juros mais altos. Porém, segundo ele, a barra para o Fed mudar sua postura de política monetária para resgatar os mercados aqui “é muito alta”.
Larissa Bernardes / Agência CMA
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