Esta manhã, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) anunciou oficialmente no Diário Oficial da União que aprovou a Alliar como ‘terceiro interessado’ no negócio entre Fleury e Instituto Hermes Pardini (IHP), após a Alliar questionar os aspectos competitivos do negócio, informou o BTG Pactual, em relatório a clientes.
A Alliar defendeu que a fusão entre a segunda e a terceira maiores participantes no negócio de laboratório resultaria em uma nova companhia que terá 20% do mercado (atrás apenas da DASA), ou 35%, considerando apenas o mercado total nas regiões onde tanto Fleury quanto Pardini operam.
Representada pelo escritório Levy & Salomão Advogados, a Alliar alega que Fleury e Pardini possuem diversas joint ventures e parcerias estratégicas, de forma que podem limitar o potencial de consolidação dos concorrentes e planos de saúde para além do negócio laboratorial, reforçando a importância da nova companhia no mercado.
Na avaliação do BTG, em geral, terceiros interessados são muito comuns nesse tipo de negócio no Brasil e que grandes fusões e aquisições anteriores no país foram contestadas em várias frentes por terceiros, atrasando seus respectivos processos.
Por fim, a análise considera que ação do Fleury (FLRY3) está indiscutivelmente barata (6x EV/EBITDA 2023) e que uma reavaliação efetiva agora depende da captura de sinergias relacionadas à fusão e sua estratégia de alocação de capital, que ainda é pouco clara, especialmente à luz do aumento de capital previsto. O banco mantém a classificação neutra para o papel da Fleury (FLRY3).
Às 13h45 (horário de Brasília), a ação registrava queda de 2,13%, em dia negativo para o Ibovespa (-2,06%).
Cynara Escobar / Agência CMA
Imagem: divulgação
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