A transição para veículos elétricos tem sido impulsionada por uma série de incentivos fiscais ao redor do mundo. No Canadá, esses incentivos desempenharam um papel crucial na adoção dos carros elétricos. No entanto, a recente extinção do programa de incentivos iZEV (Incentives for Zero-Emission Vehicles) levanta preocupações sobre o futuro desta tecnologia no país. O programa, que oferecia até US$ 5 mil de desconto na compra ou leasing de veículos elétricos, esgotou os recursos dois meses antes do prazo, e sua renovação está em discussão.
A interrupção do iZEV é um desafio significativo para o Canadá, que tem como metas ambiciosas atingir 20% de vendas de elétricos até 2026 e 100% até 2035. Essas metas agora estão em risco, uma vez que o suporte financeiro que facilitava o acesso dos consumidores a veículos elétricos foi retirado. No último ano, o programa distribuiu mais de US$ 927 milhões, beneficiando uma larga escala de compradores.
Como a indústria automotiva está respondendo à situação?
Com o fim dos incentivos federais, algumas províncias canadenses continuam a oferecer suas próprias formas de suporte, embora com algumas restrições. Quebec, por exemplo, pausou temporariamente seu programa de subsídios, gerando incertezas sobre a continuidade de tais iniciativas. Diante desse cenário, algumas montadoras decidiram intervir oferecendo seus próprios descontos para manter a atratividade dos veículos elétricos.
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Fabricantes como Honda, GM, Hyundai, Mazda e Nissan anunciaram incentivos para seus modelos, em um esforço para preencher a lacuna deixada pelo governo. Contudo, essa iniciativa não é unânime entre as montadoras, visto que marcas como Toyota e Stellantis ainda não confirmaram participações similares. Tal resposta da indústria é um reflexo das críticas ao governo por não conseguir sustentar o movimento de eletrificação pelo qual se comprometeu.
Qual o impacto do fim dos subsídios na adoção dos veículos elétricos?
A ausência de incentivos pode, potencialmente, desacelerar a adoção de veículos elétricos no Canadá. Especialistas alertam que a retirada dos subsídios torna os preços destes veículos menos competitivos, afastando o interesse dos consumidores. Além disso, o dado contexto ressalta a necessidade de ampliação da infraestrutura de carregamento, que ainda requer investimento significativo para suportar o aumento das frotas elétricas.
A experiência canadense também pode servir de alerta para os Estados Unidos, onde o crédito fiscal para veículos elétricos enfrenta revisões que podem reduzir ou mesmo eliminar os incentivos existentes. A administração Trump, em particular, reduziu o financiamento para a infraestrutura de carregamento, uma medida que pode impactar o crescimento do mercado de elétricos no país vizinho.
Quais os próximos passos para a transição energética?
Com o mercado enfrentando novos desafios, é crucial que stakeholders do setor automobilístico, governos e consumidores estejam alinhados nas suas expectativas e compromissos. Parcerias entre o setor público e privado podem oferecer soluções inovadoras para superar as barreiras impostas pela retirada dos incentivos. A viabilidade econômica dos veículos elétricos nos próximos anos dependerá fortemente de como essas partes interessadas conseguirão evoluir e adaptar suas estratégias num cenário sem o suporte governamental robusto que vinha garantindo a expansão do mercado de veículos zero emissão.
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