Os juros futuros encerraram o dia em queda, refletindo uma tendência de baixa também ao longo da semana em comparação com os ajustes da última sexta-feira (10). Tanto fatores externos quanto domésticos contribuíram para o alívio nos prêmios de risco da curva local.
Juros futuros
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 terminou em 10,735%, abaixo dos 10,805% registrados no dia anterior. Da mesma forma, a taxa do DI para janeiro de 2026 caiu de 10,59% para 10,50%, evidenciando uma tendência de redução.
Ambiente externo e IPCA bom
O cenário internacional mostrou taxas relativamente estáveis nos Treasuries, enquanto internamente o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro ficou abaixo das estimativas. Essa leitura benigna dos preços de abertura fortalece a ideia de que o Banco Central pode manter sua estratégia sem sobressaltos.
Análise técnica
Durante toda a sessão, as taxas apresentaram uma queda consistente, mesmo diante do aumento da cautela no mercado de Treasuries à tarde. Embora a T-Note de 10 anos tenha ligeiramente ultrapassado 4,60%, o patamar é considerado aceitável, especialmente em comparação com semanas anteriores.
Impacto no Brasil
O economista da Guide Investimentos, Victor Beyruti, destaca que, exceto pelo estresse causado pelas declarações de Jerome Powell, as taxas longas no exterior se estabilizaram, contribuindo para o desenho da curva local. O impulso do IPCA abaixo do consenso também foi um fator positivo.
Especialistas do Bradesco observam que as métricas mais sensíveis ao ciclo econômico indicam uma trajetória benigna da inflação, aproximando-se de 3%. Diante desse cenário, o ‘forward guidance’ do Copom, prevendo novas reduções de 0,50 ponto percentual da Selic nos encontros de dezembro e janeiro, parece seguro.
Cenário fiscal e perspectivas futuras
Apesar dos esforços do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para manter a meta de déficit zero em 2024, o cenário fiscal apresenta incertezas. O mercado valoriza o compromisso, mas o risco de mudança persiste. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) preservou a meta, mas há a possibilidade de emendas até 16 de novembro.
Com informações do Broadcast
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