O dólar comercial fechou próximo da estabilidade, em queda de 0,05%, cotado a R$ 5,1680. O mercado busca pistas sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), e se a política contracionista da instituição está surtindo o efeito necessário no controle da inflação. Na semana, o dólar teve valorização de 1,84%.
De acordo com o head de tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, “o discurso do Fed não bate com as expectativas do mercado, que espera cortes de juros já no começo de 2023. O Fed tende a ser mais duro no discurso da próxima semana, no simpósio de Jackson Hole”.
Segundo o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, “o grande erro é que o mercado se precipitou, e o cenário demora um pouco para chegar a um alívio”. O economista explica que o Fed pode apresentar alguma novidade no simpósio em Jackson Hole.
Borsoi entende que a alta das commodities energéticas também impacta negativamente o processo de desinflação global, e ainda diz que o real continua com os fundamentos bons, mas que a moeda brasileira está inserida no processo de valorização global do dólar.
Para o analista da Ouro Preto Investimentos, Bruno Komura, “o dólar está acompanhando o tom pessimista do mercado, e ontem alguns diretores do Fed reforçaram que irão lutar contra a inflação”.
O presidente do Fed de Saint Louis, James Bullard, defende um aumento de 0,75 ponto percentual (pp) já na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), em setembro. Komura, contudo, acho que a alta deve ser de 0,50 pp, mas alerta: “Quando olhamos os dados de inflação, concordamos com os analistas que entendem que o Fed precisa ser mais duro. A barreira não é a inflação de bens, mas a de serviços”, explica.
Pedro do Val de Carvalho Gil / Agência CMA
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