O PIB do primeiro trimestre apontou ritmo de atividade acima do esperado, com crescimento de 1,0% em relação ao trimestre anterior1, terceira alta consecutiva nesse critério. No mesmo sentido, os indicadores de conjuntura da indústria (PIM-PF), do comércio (PMC) e de serviços (PMS) apresentaram resultados positivos, em linha com a continuidade do processo de normalização das atividades mais atingidas pela pandemia, a trajetória de recuperação do mercado de trabalho e a expansão do consumo das famílias. As informações fazem parte do Boletim Regional, divulgado pelo Banco Central (BC)
“Do lado negativo, a agropecuária recuou no primeiro trimestre, repercutindo a quebra parcial na safra de soja – produto com elevada participação no setor e com colheita concentrada no início do ano”, acrescenta a publicação.
Em relação à atividade regional, destacaram-se os desempenhos do Sudeste e do Nordeste, influenciados pela evolução positiva da indústria e dos serviços. Houve desaceleração da economia do Centro-Oeste e retrações no Norte e, principalmente, no Sul, impactado por forte estiagem e calor intenso, que comprometeram o desenvolvimento e a produtividade das lavouras.
Os principais indicadores econômicos da região Norte registraram evoluções distintas no primeiro trimestre, resultando em relativa estabilidade do indicador agregado da atividade no período. O Indice de Atividade Econômica Regional – Norte (IBCR-N) variou -0,2% em relação ao trimestre anterior (quando aumentara 0,2%), influenciado pela retração da indústria mineral paraense no período. O IBCR-PA recuou 2,2% na mesma base de comparação, enquanto o IBCR-AM expandiu 2,1%, impulsionado pelo aumento do consumo de serviços. Em doze meses, o IBCR-N acumulou crescimento de 3,8%.
A atividade econômica nordestina manteve ritmo de expansão significativo no primeiro trimestre de 2022. O IBCR-NE cresceu 1,8% no período, em patamar superior ao verificado no trimestre anterior (1,5%). Destacaram-se positivamente a indústria de transformação e as atividades de serviços.
As condições do mercado de trabalho seguem melhorando, em ambiente de queda na taxa de desocupação. Em doze meses até março, o IBCR-NE expandiu 4,6%.
A economia do Centro-Oeste sustentou desempenho positivo no primeiro trimestre de 2022. O IBCR-CO apresentou alta de 0,7% frente ao trimestre anterior, quando crescera 1,6%. Sobressaíram no período a agricultura, a indústria de transformação, o comércio e a administração pública. A agroindústria beneficiou-se da dinâmica sazonal do complexo da soja. No acumulado de doze meses, o IBCR-CO cresceu 4,9%.
A atividade econômica do Sudeste acelerou no início de 2022, refletindo desempenho positivo do comércio e da indústria e crescimento mais intenso dos serviços. Dessa forma, o IBCR-SE avançou 1,7% no primeiro trimestre, comparativamente ao imediatamente anterior, quando expandira 0,6%. Dentre os estados, as maiores contribuições vieram de SP (+1,9%) e MG (+1,8%), sobressaindo também o crescimento da economia capixaba (3,4%), puxado pelo desempenho da indústria. No
acumulado em doze meses encerrados em março, a economia do Sudeste registrou expansão de 4,9%, em grande medida devido à reduzida base de comparação.
Os principais condicionantes da economia do Sul registraram resultados mistos no primeiro trimestre de 2022 – enquanto comércio e serviços contribuíram positivamente, a desaceleração da indústria e, principalmente, a redução da produção agrícola levaram à retração da atividade na margem.
As quebras nas colheitas de soja, arroz e primeira safra de milho, que são apropriadas no início do ano, consistiram nas causas fundamentais do recuo de 2,8% do IBCR-S no primeiro trimestre, ante crescimento de 1% no intervalo anterior. De acordo com os indicadores estaduais, o decréscimo da atividade regional foi liderado pelo RS, em razão, primordialmente, da queda nas safras de verão. Em doze meses até março, o IBCR-S expandiu 4,2%, ainda favorecido pela base deprimida de comparação.
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