O Federal Reserve (Fed) decidiu manter a taxa básica de juros dos EUA no intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano. A decisão unânime do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) foi divulgada na tarde desta “super quarta” (19).
Essa é a segunda manutenção da taxa após três cortes de juros consecutivos, pausando o ciclo de afrouxamento monetário na maior economia do mundo.
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No relatório, os dirigentes destacaram que a economia americana continua crescendo de forma consistente e o desemprego segue em patamares baixos, refletindo um mercado de trabalho ainda aquecido.
Por outro lado, a inflação segue elevada — acima da meta estabelecida de 2% ao ano — e a incerteza em torno das perspectivas econômicas aumentou. Com isso, o Comitê continuará analisando dados econômicos para tomar as próximas decisões.
Além da decisão sobre os juros, o Fed anunciou uma desaceleração no processo de redução de sua carteira de títulos. A partir de abril, o limite mensal de resgates de títulos do Tesouro (Treasuries) será reduzido de US$ 25 bilhões para US$ 5 bilhões. Dos dirigentes, somente Waller foi contra a decisão.
Reação do mercado
Após a divulgação, as bolsas em Nova York mantiveram alta. Às 15h15 (horário de brasília), o Dow Jones sobe 0,54%, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq registram alta de 0,74% e 1,10%, respectivamente.
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Decisão do Fed era esperada
Logo após a abertura do mercado, às 10h50 (horário de brasília), 99% dos analistas cravavam a manutenção da taxa, segundo o monitoramento do CME Group (veja na imagem abaixo).
Para a próxima reunião, que será realizada em 7 de maio, as apostas também são de manutenção (83,8%). Os cortes nos Estados Unidos devem voltar a acontecer somente em junho, onde mesmo com as expectativas dividas, a chance de corte prevalece, com 59,5%.
O gráfico de pontos Fed, divulgado junto com a manutenção, manteve a previsão de 2 cortes de juros em 2025. Entre os dirigentes, as expectativas para a taxa no fim do ano variam:
- 9 dirigentes projetam juros entre 3,75% e 4%;
- 4 dirigentes esperam juros entre 4% e 4,25%;
- 4 dirigentes esperam juros entre 4,25% e 4,50%.
Por que os juros dos EUA subiram tanto nos últimos anos?
Com a pandemia da Covid-19 e a guerra entre Ucrânia e Rússia, a inflação dos Estados Unidos subiu exponencialmente, chegando a atingir a maior inflação em 40 anos em 2022 (9,1%).
A taxa básica de juros serve para desacelerar a economia, assim controlando a inflação. Ou seja, conforme a inflação subiu, os juros nos EUA subiam.
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Em maio de 2023, depois de 10 altas consecutivas, o Federal Reserve parece ter encontrado um intervalo estável para controlar a inflação (entre 5,25% e 5,5% ao ano). Os juros só começaram a cair em setembro de 2024, quando tivemos o primeiro corte desde 2020.
