As novas diretrizes para o funcionamento do comércio aos domingos e feriados, previstas para julho de 2025, têm gerado discussões intensas. Essas mudanças visam estabelecer um equilíbrio entre as necessidades do setor produtivo e os direitos dos trabalhadores. Com a implementação das novas regras, tanto empregadores quanto funcionários precisarão se adaptar a um novo cenário.
Anteriormente, desde 2021, as empresas podiam operar nesses dias sem a necessidade de acordos coletivos ou aprovação de leis municipais, bastando uma comunicação formal. No entanto, a nova regulamentação requer uma negociação sindical ou legislação local, o que foi adiado para julho de 2025, permitindo mais tempo para ajustes.
Como os sindicatos veem as novas diretrizes?
Os sindicatos, como a União Geral dos Trabalhadores (UGT), consideram as novas regras um avanço na valorização da negociação coletiva. Eles acreditam que a regulamentação fortalece a atuação sindical, assegurando condições de trabalho mais justas durante feriados.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC) vê a mudança como uma correção necessária, garantindo uma proteção mais eficaz aos direitos dos trabalhadores. Já a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs) destaca que as novas normas evitam a precarização das condições de trabalho.
Para líderes sindicais locais, como os de Porto Alegre, as mudanças representam um importante resgate histórico dos direitos trabalhistas.

Quais são as preocupações dos empresários?
Do ponto de vista empresarial, há receios sobre os impactos econômicos das novas regras. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) alerta para possíveis perdas financeiras e aumento dos custos operacionais, o que pode dificultar a abertura de lojas em feriados.
- Supermercados podem enfrentar desafios para se adequar às novas exigências.
- Há temores de que os custos de mão de obra aumentem e a oferta de empregos diminua.
- A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) expressa preocupação com a insegurança jurídica decorrente das novas normas.
Impactos econômicos das novas regras: o que está em jogo?
O debate sobre essas normas ocorre em um contexto econômico desafiador. O setor produtivo teme que as novas regras possam impactar negativamente a recuperação econômica do Brasil, ao aumentar os custos e reduzir as oportunidades de trabalho.
Apesar disso, os sindicatos defendem que a regulamentação é crucial para assegurar condições de trabalho justas. O adiamento da implementação para julho de 2025 oferece uma oportunidade para ajustar as normas de forma que protejam tanto os trabalhadores quanto a economia.
O diálogo contínuo entre sindicatos, empresários e governo será essencial para encontrar um equilíbrio que beneficie todas as partes envolvidas.
Quais são as regras atuais para o trabalho aos domingos e feriados?
As regras estabelecidas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) garantem direitos específicos para o trabalho aos domingos e feriados. Aqui estão os principais pontos:
- Autorização para Trabalho aos Domingos: É necessário um acordo coletivo, convenção coletiva ou autorização das autoridades competentes.
- Compensação com Folga: Trabalhadores têm direito a uma folga compensatória em outro dia da semana.
- Trabalho em Feriados: Exige autorização por convenção ou acordo coletivo, com remuneração dobrada ou folga compensatória.
- Jornada de Trabalho e Intervalos: Segue as regras gerais de jornada, com máximo de 8 horas diárias e 44 horas semanais.
- Setores com Regime Diferenciado: Alguns setores têm regimes especiais que permitem o trabalho regular nesses dias.
- Pagamento em Dobro: Sem folga compensatória, o pagamento deve ser dobrado.
- Convenções Coletivas: Sindicatos podem estabelecer regras específicas em acordos ou convenções coletivas.