O setor público consolidado registrou déficit primário de R$33,0 bilhões em maio de 2022, ante déficit de R$15,5 bilhões em maio de 2021. No Governo Central e nas empresas estatais houve déficits, na ordem, de R$40,0 bilhões e R$307 milhões, e nos governos regionais, superávit de R$7,3 bilhões no mês. Nos doze meses encerrados em maio, o superávit primário do setor público consolidado atingiu R$119,9 bilhões, equivalente a 1,32% do PIB.
Os juros nominais do setor público consolidado, apropriados por competência, somaram R$33,0 bilhões em maio de 2022, comparados a R$21,9 bilhões em maio de 2021. Essa evolução decorreu, em especial, do aumento da taxa Selic no período, mais do que compensando a melhora na trajetória das operações de swap cambial (ganho de R$11 bilhões em maio de 2021 e de R$26,7 bilhões em maio de 2022). No acumulado em doze meses até maio, os juros nominais somam R$500,5 bilhões (5,51% do
PIB), comparativamente a R$295,6 bilhões (3,70% do PIB) nos doze meses até maio de 2021.
O resultado nominal do setor público consolidado, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$66,0 bilhões em maio de 2022. No acumulado em doze meses, o déficit nominal alcançou R$380,6 bilhões (4,19% do PIB), elevando-se 0,26 p.p. em relação ao déficit acumulado até abril de 2022.
A Dívida Líquida do Setor Público atingiu 58,8% do PIB (R$5,3 trilhões) em maio, elevando-se 0,5 p.p. do PIB no mês. Esse resultado refletiu o efeito da valorização cambial de 3,9% (aumento de 0,5 p.p.), do déficit primário (aumento de 0,4 p.p.), dos juros nominais apropriados (aumento de 0,4 p.p.), e do crescimento do PIB nominal (redução de 0,8 p.p.). No ano, o aumento de 1,6 p.p. na relação DLSP/PIB foi influenciado pelo efeito da valorização cambial acumulada de 15,3% (aumento de 2,4 p.p.), pelos juros nominais apropriados (aumento de 2,1 p.p.), pelo efeito da variação da cesta de moedas que compõem a dívida externa líquida (aumento de 0,9 p.p.), pelo crescimento do PIB nominal (redução de 2,5 p.p.), e pelo superávit primário acumulado (redução de 1,3 p.p.).
Pedro do Val de Carvalho Gil / Agência CMA
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