O novo crédito consignado privado, lançado na última sexta-feira (21), atraiu forte demanda nos primeiros dias de funcionamento. Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, até a noite desta segunda-feira (24), foram registradas 52,5 milhões de simulações no aplicativo da Carteira de Trabalho Digital (CTPS).
Além disso, as propostas efetivamente solicitadas aos bancos ultrapassaram 6,1 milhões, totalizando uma demanda superior a R$ 50 bilhões, mostrou reportagem do jornal Valor Econômico. Os contratos fechados chegaram a 22,5 mil.
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O volume demonstra o alto interesse pelo produto, que pode oferecer taxas de juros mais baixas do que as linhas tradicionais de crédito pessoal. Atualmente, o estoque de consignado privado no país é de aproximadamente R$ 40 bilhões.
Bancos menores saem na frente
Apesar da forte demanda, a adesão das grandes instituições financeiras ainda é limitada. Segundo levantamento do J.P. Morgan, os bancos que mais atuaram na oferta do novo consignado foram Agibank e Parati, enquanto a Caixa Econômica Federal foi a única grande instituição presente.
Especialistas apontam que os maiores bancos ainda estão ajustando seus sistemas para operar a nova linha de crédito, adotando uma postura cautelosa antes de uma possível entrada massiva.
A demora na adesão dos grandes bancos segue um padrão observado na implementação do consignado tradicional em 2003, quando instituições médias e financeiras foram as primeiras a ofertar o produto. Com a consolidação do modelo, os bancos de grande porte entraram posteriormente.
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Desafios operacionais impactam consignado
Apesar da procura expressiva, o mercado ainda enfrenta desafios operacionais. O CEO da fintech MeuTudo, Márcio Feitoza, afirmou que problemas no sistema da DataPrev — responsável pela averbação das operações — dificultaram a concessão dos empréstimos.
A empresa já fechou 60 mil contratos, mas precisou interromper as operações devido a falhas na atualização das margens consignáveis dos trabalhadores.
No Agibank, a estratégia de prontidão tecnológica permitiu uma rápida adesão ao produto. O CEO Glauber Corrêa destacou que o banco monitora continuamente o fluxo de demanda para evitar gargalos operacionais e garantir uma boa experiência ao cliente.
Grandes bancos devem entrar no mercado em abril
De acordo com Fernando Perrelli, CEO da fintech Byx Capital, os grandes bancos devem intensificar sua atuação no consignado privado a partir de 25 de abril, quando poderão ofertar a linha diretamente em seus aplicativos.
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A estratégia deve incluir notificações aos clientes e a possibilidade de substituir linhas de crédito mais caras por empréstimos consignados com taxas reduzidas.
Analistas do J.P. Morgan realizaram simulações e identificaram taxas de juros variando entre 2,99% e 4,99% ao mês. No entanto, destacaram que a experiência do usuário no aplicativo da CTPS ainda precisa de melhorias.
Além disso, bancos como Inter e Nubank, que manifestaram interesse na linha, não apareceram nas simulações feitas pela consultoria.