O dólar acelerou ainda mais o ritmo queda após o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) anunciar o aumento de 0,75% nas taxas básica de juros. A decisão foi unânime. O fluxo estrangeiro também fortalece a moeda brasileira.
Segundo a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalck, “a decisão veio em linha. Com a inflação em 9,1%, ainda não foi a ocasião para promover um ritmo de desaceleração”.
Abdelmalack, no entanto, diz que a economia dos Estados Unidos já entrou em recessão técnica, e que o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, que será divulgado amanhã, é de suma importância para os próximos passos do Fed: “Caso eles venham fracos, vai confirmar a desaceleração no aumento dos juros na reunião de setembro. Se vierem fortes, o mercado pode precificar uma alta de até 1%”, contextualiza.
De acordo com sócio da Ethimos Investimentos, Lucas Brigato, “se o dólar romper os R$ 5,30, ele pode chegar até R$ 5,07. A política de aperto monetário tem sido boa para aumentar a entrada de fluxo estrangeiro”.
Brigato explica que um aumento de 0,75% na reunião de hoje é consenso no mercado, e a expectativa fica por conta do discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, após a reunião, que pode dar indícios para os próximos encontros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).
Para o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, existe “a percepção de que não há espaços para surpresas na decisão do Fomc. Commodities seguem em alta, ainda digerindo os estímulos chineses e o cabo de guerra entre União Europeia e Gazprom”.
“O real deve aderir aos pares e ficar de lado, apesar da melhora nos termos de troca sugerir um viés negativo para o dólar”, prevê Borsoi.
Por volta das 15h48 (horário de Brasília), o dólar comercial caía 1,62%, cotado a R$ 5,2640 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em agosto de 2022 recuava 1,64%, cotado a R$ 5.270,00.
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