O cenário de fraudes financeiras no Brasil tem se mostrado preocupante, com um aumento significativo no número de vítimas. De acordo com o Relatório de Identidade e Fraude 2025, divulgado pela Serasa Experian, mais da metade dos brasileiros foi alvo de algum tipo de fraude no último ano. Este levantamento destaca a crescente sofisticação dos golpes e a necessidade de medidas mais eficazes de prevenção.
Os dados revelam que 54,2% das vítimas de fraudes sofreram prejuízos financeiros. O uso indevido de cartões de crédito lidera a lista de golpes, seguido por transações fraudulentas via Pix e ataques de phishing. Este panorama reflete a complexidade dos desafios enfrentados pelos consumidores e pelas instituições financeiras na era digital.
Quais são os principais tipos de fraudes?

Os golpes mais comuns incluem o uso indevido de cartões de crédito, que afeta 47,9% das vítimas, e o pagamento de boletos falsos ou transações fraudulentas via Pix, que atingem 32,8% dos entrevistados. Além disso, o phishing, que envolve o envio de e-mails ou mensagens fraudulentas para roubo de dados, representa 21,6% dos casos. Esses métodos de fraude evidenciam a necessidade de uma maior conscientização sobre segurança digital.
Os prejuízos financeiros variam significativamente, com a maioria das vítimas relatando perdas entre R$ 100 e R$ 1.000. No entanto, uma parcela menor, mas significativa, sofreu danos superiores a R$ 5.000. Esses dados sublinham a gravidade do impacto financeiro das fraudes na vida dos brasileiros.
Como a tecnologia está influenciando as fraudes?
A tecnologia desempenha um papel duplo no contexto das fraudes. Por um lado, métodos como a biometria facial têm sido adotados para aumentar a segurança das transações, com 71,8% dos entrevistados se sentindo mais protegidos ao utilizá-la. Por outro lado, a inteligência artificial (IA) está sendo utilizada para criar perfis falsos e sofisticar ataques de phishing, tornando-os mais difíceis de detectar.
O uso de deepfakes, que permite a criação de vídeos falsos com rostos e vozes sobrepostos, é um exemplo de como a tecnologia pode ser usada de forma maliciosa. Isso ressalta a importância de as empresas investirem em tecnologias de prevenção à fraude para proteger os consumidores.
Qual é o papel das instituições na prevenção de fraudes?
As instituições financeiras e o governo têm um papel crucial na prevenção de fraudes. Recentemente, o Ministério da Justiça e Segurança Pública, em parceria com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), lançou a Aliança Nacional de Combate a Fraudes Bancárias e Digitais. Esta iniciativa visa tanto a prevenção quanto a repressão de crimes online, destacando a importância de uma abordagem colaborativa.
Além disso, o relatório da Serasa Experian aponta que o extravio de dados é uma porta de entrada comum para fraudes. A conscientização sobre a segurança dos dados pessoais é essencial, já que 19% dos entrevistados admitiram compartilhar informações pessoais com terceiros, muitas vezes em compras online ou ao abrir contas bancárias.
Quais são os métodos de pagamento mais seguros?
Apesar de ser o meio mais visado por fraudes, o cartão de crédito é considerado o método de pagamento mais seguro pelos entrevistados, com um aumento na confiança de 46,3% em 2023 para 59,5% em 2024. Outros métodos, como o Pix e boletos bancários, têm níveis de confiança significativamente menores.
Esses dados destacam a necessidade de uma educação contínua sobre segurança financeira e a importância de adotar práticas seguras ao realizar transações online. A proteção contra fraudes é uma responsabilidade compartilhada entre consumidores, empresas e instituições governamentais.