O dólar fechou esta quinta-feira (10) em alta de 0,88%, a R$ 5,90. O movimento foi impulsionado pelo aumento da aversão ao risco no cenário internacional, especialmente com a escalada das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, que trocaram novas tarifas nesta semana.
A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo pressionou os preços das commodities — mercadorias como petróleo, soja e minério de ferro, que são base de exportações brasileiras. O petróleo caiu mais de 3% nesta sessão e acumula desvalorização de cerca de 15% em abril.
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Com isso, moedas de países emergentes, como o real, tendem a perder valor. Hoje, o real liderou as perdas entre as principais divisas globais, seguido pelos pesos mexicano e colombiano.
Oscilações do câmbio e especulação
O dólar teve forte oscilação durante o pregão. Pela manhã, chegou a operar em queda, com mínima de R$ 5,8259, após a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos, que veio abaixo do esperado.
O CPI cheio recuou 0,1% em fevereiro, contrariando a previsão de alta. O núcleo do índice, que exclui alimentos e energia, subiu 0,1%, também abaixo das estimativas. Esses dados reforçaram apostas de que o Federal Reserve (Fed), poderá cortar os juros em até 100 pontos-base este ano, segundo monitoramento do CME Group.
No entanto, o mercado inverteu a tendência após a Casa Branca esclarecer que as tarifas aplicadas a produtos chineses somam 145% — sendo 125% anunciados nesta semana, além de 20% anteriores. Países que não retaliaram os EUA terão tarifa mínima de 10%, suspensa por 90 dias.
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Na reta final do pregão, o presidente dos EUA, Donald Trump, indicar que a China estaria disposta a negociar um acordo. “Xi Jinping tem sido meu amigo por muitos anos e espero conversar com ele”, afirmou.
Crescimento global em risco
A percepção de que o conflito comercial pode derrubar o crescimento mundial e provocar até uma recessão nos EUA impacta diretamente os investimentos em mercados emergentes. Isso fortalece o dólar e outras moedas consideradas “porto seguro”, como o franco suíço, que subiu mais de 3% no dia.
O índice DXY, que mede o dólar frente a seis moedas fortes, caiu quase 2%, refletindo a valorização de outras moedas, como o euro.