Após uma semana de forte volatilidade, alimentada principalmente pelas tensões comerciais entre Estados Unidos e China, o dólar parece ter encontrado um momento de calmaria e começou a cair.
Em abril, o índice DXY, que mede a força do dólar em relação a uma cesta de moedas fortes (euro, iene e libra), já caiu mais de 4%, impulsionado por dados econômicos mais fracos que o esperado nos EUA — como vendas no varejo mais fracas e sinais de desaceleração na inflação.
Segundo a trader Luana Pires, esses resultados aumentaram a expectativa de que o Federal Reserve (Fed) deva antecipar o início do ciclo de corte de juros. E quando os juros norte-americanos caem, o dólar perde atratividade frente a outras moedas.
No canal do Monitor do Mercado no YouTube, Pires realiza análises semanais diretas e sem enrolação. Nesta quarta-feira (16), ela explica os fatores que fizeram o dólar perder força. Confira:
Tensões comerciais agravam cenário
Outro fator que mexeu com o mercado foi o aumento da tensão comerciais entre Estados Unidos e China. O presidente norte-americano Donald Trump anunciou tarifas de 145% sobre produtos chineses. Em resposta, a China retaliou com tarifas de até 125% sobre itens americanos.
A disputa entre as duas maiores economias do mundo afeta o comércio global e gera incertezas. Dessa forma, o mercado costuma reagir buscando proteção em ativos considerados mais seguros.
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Investidores saem do dólar e buscam refúgio
Com o cenário conturbado, investidores internacionais iniciaram um movimento de retirada de recursos dos “Treasuries” — os títulos da dívida pública americana. O dinheiro migrou para ativos considerados porto seguro, como ouro, franco suíço e commodities (petróleo, cobre, entre outros).
Moedas ligadas a commodities, como o real brasileiro, foram beneficiadas. O Brasil, com forte exportação de soja, carne e até navios, virou uma alternativa interessante no cenário de guerra comercial entre EUA e China.
Expectativa por fala do Fed e novos dados
O mercado está atento ao discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, previsto para hoje às 14h30. Suas falas sobre política monetária pode provocar novos movimentos no câmbio.
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Também são esperados os pedidos semanais de seguro-desemprego e dados da construção civil nos EUA. Números fracos reforçariam a possibilidade de cortes de juros — pressionando ainda mais o dólar.
Feriado no Brasil deve reduzir liquidez
Com o fechamento da B3 na sexta-feira (feriado da Páscoa) e na segunda-feira (Tiradentes), a expectativa é de menor liquidez no mercado local. O movimento de investidores deve se concentrar nos eventos internacionais até a reabertura.