A pesquisa sobre empréstimos bancários (BLS) do Banco Central Europeu (BCE), divulgada hoje, indica que as diretrizes internas dos bancos da zona do euro ficaram mais restritivas, especialmente para o setor de habitação. No setor de consumo, o aperto foi menos rígido.
“No contexto de alta incerteza, interrupções contínuas na cadeia de suprimentos e altos preços de energia e insumos, os bancos citam percepções de risco aumentado e menor tolerância ao risco como fatores por trás do aperto líquido dos padrões de crédito para as empresas”, informa o relatório.
Para o terceiro trimestre de 2022, as instituições financeiras aguardam um aperto ainda maior no crédito para empresas, empréstimos pessoais e para habitação.
Os bancos relataram que houve uma procura maior por empréstimos por parte das empresas. “A demanda por empréstimos continuou a ser impulsionada pelas necessidades de financiamento das empresas para capital de giro, o que provavelmente está relacionado aos preços mais altos da energia e das matérias-primas no contexto das interrupções contínuas da cadeia de suprimentos”.
Para o economista sênior da Eurozona da ING, Bert Colijn, empréstimos mais rígidos são um alerta para o BCE, que nesta quinta-feira, anuncia sua nova política monetária. “Com padrões significativamente mais rígidos de empréstimos e menor demanda por hipotecas, o impacto de condições mais rígidas será sentido em toda a economia e deverá contribuir para a desaceleração econômica”, afirma.
A pesquisa é realizada quatro vezes ao ano pelo Eurosystem com os bancos da zona do euro e tem o objetivo de descobrir como andam os empréstimos no trimestre, bem como as dificuldades para conceder crédito. Para esta edição, foram entrevistados 153 bancos entre os dias 10 e 28 de junho de 2022.
Vanessa Zampronho / Agência CMA
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