O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para cima sua projeção de inflação global diante dos impactos das novas tarifas aplicadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Segundo o relatório Perspectiva Econômica Mundial (WEO, na sigla em inglês), divulgado nesta terça-feira (22), a expectativa é que a inflação mundial atinja 4,3% em 2025 e caia para 3,6% em 2026.
A principal elevação nas projeções ocorreu nas economias avançadas. Para os Estados Unidos, a expectativa de inflação subiu 1 ponto percentual (p.p.). No caso do Reino Unido, a alta foi de 0,7 pp. A estimativa para todas as economias avançadas aumentou em 0,4 p.p. neste ano.
O FMI destacou que “Estados Unidos e Reino Unido se sobressaem tanto na direção quanto na magnitude das revisões”.
Mercados emergentes têm reações distintas
Nas economias emergentes e em desenvolvimento, os efeitos variam. A China deve manter os preços mais contidos. Já regiões como Europa emergente, Rússia e Ucrânia tiveram projeções de inflação ajustadas para cima.
Na América Latina e Caribe, os aumentos nas previsões para Bolívia, Brasil e Venezuela foram compensados por cortes nas estimativas para a Argentina e outros países. Como resultado, a projeção de inflação para a região em 2025 foi reduzida em 0,3 p.p.
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Inflação deve voltar à meta primeiro nas economias ricas
Segundo o FMI, a inflação deve convergir para a meta antes nas economias avançadas, alcançando 2,2% em 2026. Já nos mercados emergentes e em desenvolvimento, a expectativa é de que o índice fique em 4,6% no mesmo período.
Apesar de algum alívio, o Fundo alerta que as expectativas de inflação ainda não voltaram aos níveis anteriores à pandemia e que seguem sujeitas a riscos.
Além disso, um novo choque inflacionário, como o gerado pelas tarifas norte-americanas, pode desancorar as expectativas de inflação, segundo o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas.
Crescimento global também será afetado
Além da inflação, o FMI revisou para baixo sua projeção de crescimento global. A expectativa é de que o Produto Interno Bruto (PIB) mundial cresça 2,8% em 2024, uma redução de 0,5 ponto percentual em relação à previsão anterior. Para 2025, a estimativa passou de 3,3% para 3%.
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A desaceleração também é atribuída ao aumento das tarifas em 2 de abril e à maior incerteza econômica. Os efeitos diretos das novas medidas comerciais, bem como o impacto indireto sobre os fluxos de comércio e a confiança dos agentes econômicos, levaram o FMI a revisar para baixo suas projeções.