O dólar fechou esta terça-feira (22) em queda de 1,3%, cotado a R$ 5,73, no menor nível de fechamento desde 3 de abril. O movimento foi influenciado por uma combinação de fatores externos, como a valorização de commodities, aumento do apetite ao risco global e tensões políticas nos Estados Unidos.
Ontem (21), quando o mercado brasileiro ainda estava fechado por conta do feriado prolongado, o presidente dos EUA, Donald Trump, elevou o tom das críticas ao presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell.
Trump exigiu cortes nos juros e ameaçou demitir Powell, apesar da independência do banco central norte-americano.
A tensão provocou fuga de investidores de ativos considerados seguros nos EUA. Como resultado, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a outras seis moedas fortes, caiu ao menor nível desde março de 2022.
Commodities e bolsas em alta favorecem emergentes
Nesta terça-feira, o mercado global apresentou recuperação do apetite ao risco. As bolsas em Nova York subiram mais de 2%, enquanto o ouro — ativo tradicional de proteção — recuou após renovar máxima histórica na véspera.
A valorização do petróleo e outras commodities impulsionou moedas de países emergentes, como o real e o peso chileno. O Brasil foi a segunda moeda com melhor desempenho entre as mais líquidas, ficando atrás apenas do Chile.
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BC brasileiro e política monetária
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reafirmou hoje, durante audiência no Senado, o compromisso com a estabilidade da inflação e a manutenção de uma política monetária restritiva. Ele também lembrou que a alta da Selic no fim de 2024 tornou menos atrativo apostar contra o real.
Mesmo com o dólar abaixo de R$ 5,80, o Citi mantém a projeção de que a moeda encerre 2025 ao redor de R$ 6. O banco aponta que o ambiente externo segue incerto, com aumento da aversão ao risco, variações nos preços das commodities e expectativa de queda global do dólar, o que pressiona o índice DXY.