A crise que se instaurou no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) nas últimas semanas, resultando na saída do presidente do órgão, Alessandro Stefanutto, e na queda do ministro da Previdência, Carlos Lupi, acendeu um alerta sobre a fragilidade do sistema público de aposentadoria no Brasil.
Além disso, o caso reacendeu o debate sobre o papel da previdência complementar — uma alternativa privada usada para garantir renda adicional na aposentadoria diante de benefícios limitados e riscos de má gestão no setor público.
Esquema desviou bilhões em descontos ilegais
Segundo investigações da Polícia Federal e da Controladoria Geral da União (CGU), entre 2019 e 2024 foram descontados ilegalmente R$ 6,3 bilhões dos benefícios de aposentados e pensionistas. Os valores foram retirados sem autorização dos beneficiários e, em sua maioria, são considerados irregulares.
A investigação identificou envolvimento de 11 entidades sindicais, incluindo o Sindinapi, que tem como vice-presidente o irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apelidado de Frei Chico.
Os dados dos segurados eram vendidos por servidores do INSS, mediante propina, e usados para cadastrar os aposentados em associações falsas, como a Ambec.
Previdência complementar cresce diante das incertezas
Com o sistema público mostrando falhas de controle e segurança, cresce o interesse dos brasileiros pela previdência complementar. O modelo funciona como uma poupança de longo prazo, com contribuições mensais que formam uma reserva adicional à aposentadoria paga pelo INSS.
Ao contrário da previdência oficial, que depende de recursos públicos e oferece renda limitada, a previdência privada permite planejamento, simulação da renda futura e vantagens fiscais.
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Diferenças entre PGBL e VGBL
Em entrevista ao Monitor do Mercado, Gustavo Lopes, head de previdência privada da Wiser | BTG Pactual, explicou o funcionamento utilizado pelos dois principais modelos de previdência privada:
- PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre): Permite deduzir até 12% da renda tributável anual na declaração completa do Imposto de Renda. No momento do resgate, o IR é cobrado sobre o valor total.
- VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre): Indicado para quem faz a declaração simplificada ou já atingiu o limite de dedução do PGBL. O IR incide apenas sobre os rendimentos.
“Os dois modelos têm usos diferentes, e a escolha depende do perfil tributário do investidor”, analisa Lopes.
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Simulações mostram impacto do planejamento
Para ilustrar o potencial da previdência privada como complemento à renda pública, Lopes compartilhou três simulações, ilustradas nas imagens abaixo.
- Cenário 1: Pessoa com 30 anos começa a investir R$ 300 por mês. Aos 60 anos, terá uma renda complementar de aproximadamente R$ 4.601, além do valor do INSS (média de um salário mínimo).

Cenário 2: Pessoa com 25 anos faz o mesmo aporte mensal de R$ 300. Aos 60 anos, poderá receber cerca de R$ 7.577 por mês, além do INSS.

- Cenário 3: Pessoa com 45 anos investe R$ 1.000 por mês. Aos 65 anos, terá uma renda complementar estimada em R$ 5.244, mais o benefício público.

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