O dólar fechou esta sexta-feira (25) com queda de 0,06%, a R$ 5,69, no sexto dia consecutivo de recuo frente ao real. Apesar da volatilidade ao longo do dia, o mercado teve um movimento de alívio, refletindo expectativas mais positivas em relação às negociações comerciais entre Estados Unidos e China.
Mesmo com declarações mais duras do presidente americano Donald Trump nesta sexta, analistas apontam que o tom mais conciliador de membros do governo ao longo da semana, como o secretário do Tesouro, Scott Bessent, sinalizou uma possível redução das tensões comerciais.
Em entrevista ao Estadão Broadcast, o gestor da AZ Quest, Gustavo Menezes, destacou que o mercado reagiu à percepção de que será necessário “desescalar” a guerra comercial. Ele lembra, no entanto, que a postura imprevisível de Trump ainda gera incertezas para os investidores.
Trump afirmou que não pretende retirar tarifas impostas à China sem contrapartidas e descartou uma nova pausa de 90 dias nas medidas anunciadas em abril.
Na semana, a desvalorização acumulada foi de 2%. No mês de abril, a queda do dólar chega a 0,31% e, no ano, a moeda já acumula baixa de 7,97%.
Migração de capital favorece ativos brasileiros
Além do fator geopolítico, Menezes observa que o enfraquecimento do crescimento nos Estados Unidos está incentivando investidores a buscar alternativas em países emergentes, como o Brasil.
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Segundo ele, essa migração de capital vem beneficiando o real e a Bolsa brasileira, mesmo sem fatores domésticos diretamente responsáveis pelo movimento. “Estamos sendo carregados pelo mercado global”, disse.
Perspectiva de alta da Selic ajuda o real
Mesmo após a divulgação do IPCA-15 de abril, que mostrou desaceleração da inflação (0,43% ante 0,64% em março), especialistas afirmam que o Banco Central deve manter uma postura conservadora, diante das expectativas de inflação ainda elevadas.
A Selic mais alta tende a atrair capital estrangeiro, já que oferece uma taxa real de juros elevada, o que contribui para manter o câmbio mais favorável ao real.