O mercado financeiro brasileiro continua a acompanhar de perto os acontecimentos econômicos globais, enquanto o dólar à vista fecha mais um pregão com oscilações contidas. Hoje, a moeda norte-americana encerrou o dia cotada a R$ 4,9902, marcando um recuo de 0,23%, mantendo a semana com desvalorização de 0,82%. As movimentações do mercado internacional influenciaram essa trajetória, com destaque para o desempenho do Ibovespa.
O dólar e o cenário internacional
Apesar do surpreendente crescimento do PIB dos EUA no terceiro trimestre, que atingiu 4,9%, superando as expectativas, as taxas dos Treasuries recuaram devido a sinais de desaceleração inflacionária. Isso abriu espaço para a valorização de várias moedas de países exportadores de commodities, incluindo o real brasileiro.
Entre os pares do real, os pesos mexicano e colombiano, além do rand sul-africano, ganharam mais de 1%. No entanto, o mercado do petróleo registrou queda de mais de 2%, com o contrato do Brent para janeiro abaixo de US$ 90, devido à preocupação com o conflito no Oriente Médio, enquanto as tropas israelenses intensificam as ações na Faixa de Gaza.
Cenário interno e indicadores
No âmbito doméstico, a leitura benigna do IPCA-15 de outubro e a aprovação do projeto de lei de taxação de fundos exclusivos e offshore na Câmara dos Deputados não conseguiram impulsionar o real. Embora esses eventos sinalizem positivamente para a economia e o quadro fiscal do Brasil, o mercado cambial permaneceu relativamente estável.
Perspectivas para a próxima semana
Na próxima semana, a atenção se volta para a “super quarta”, com decisões de política monetária tanto pelo Federal Reserve quanto pelo Banco Central brasileiro. Espera-se que o Fed mantenha inalterada a taxa básica dos EUA, mas mencione a possibilidade de futuros aumentos. No Brasil, o BC deve reduzir a Selic em mais 0,50 ponto percentual, chegando a 12,25% ao ano.
Indicadores econômicos em destaque
Os indicadores econômicos também estão em foco. O PIB dos EUA cresceu a uma taxa anualizada de 4,9% no terceiro trimestre, superando as expectativas. No entanto, o núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE) desacelerou, sinalizando uma possível perda de força na inflação. O Departamento de Comércio dos EUA divulgará o PCE de setembro em breve.
No cenário interno, o IPCA-15 desacelerou de 0,35% em setembro para 0,21% em outubro. Economistas destacam a abertura positiva do índice, com perda de força em núcleos e medidas subjacentes.
Movimentos no mercado cambial
O Banco Central reportou que o fluxo cambial da semana passada foi negativo em US$ 703 milhões, embora o acumulado do mês ainda mostre um saldo positivo de US$ 3,375 bilhões. A entrada de recursos pelo canal financeiro e no comércio exterior tem contribuído para esse resultado.
Tendência do dólar
Luis Guilherme, head de câmbio da Nova Futura, observa que um forte movimento de internalização de recursos por grandes empresas brasileiras contribuiu para trazer o dólar para perto de R$ 5,00 nos últimos dias. No entanto, ele acredita que essa tendência já se esgotou e que o real está se tornando menos atrativo devido à redução do diferencial entre os juros internos e externos. O aumento das taxas nos EUA pode drenar recursos, levando o dólar a se fortalecer.
Com informações do Broadcast
Imagem: Piqsels