“Os alienígenas roubaram dinheiro do Vaticano e, agora, vão distribuir para quem investir suas finanças em um novo investimento.” Essa é a pirâmide financeira conhecida como Nesara Gesara, um dos assuntos discutidos no novo episódio do podcast ‘Ligando os Pontos’, no YouTube.
No novo vídeo, Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor do Mercado, e Maria Júlia Baumert, jornalista do Monitor, discutem sobre o caso inusitado que prometia um octilhão de reais e que, nos últimos cinco anos, já movimentou mais de R$ 156 milhões e a criação de 40 empresas fictícias.
Além do golpe atrelado aos gananciosos intergalácticos, Vasconcellos e Baumert discutem sobre a CPI das Pirâmides, encerrada recentemente no Congresso, sobre as pirâmides financeiras, algo que já fisgou milhares de brasileiros nos últimos anos.
Dentro da CPI, foram citadas a 123 Milhas, a Hurb e até mesmo o ex-craque Ronaldinho Gaúcho. Os jornalistas explicam o porquê os esquemas são insustentáveis.
PL das Pirâmides
De vítimas a acusados, é assim que serão tratados quem trazer novas pessoas para qualquer esquema de pirâmide. Um novo projeto de lei pretende não só responsabilizar os criadores do esquema, mas também quem divulgar ou indicar para amigos.
O Congresso também quer aumentar a pena dos réus, antes, era de 6 meses a 2 anos de prisão, agora, o projeto pede até 8 anos de reclusão para quem compactuar o golpe.
O que é Esquema de Pirâmide?
A pirâmide se dá pelo recrutamento progressivo de pessoas para multiplicar os investimentos, o que se torna insustentável a médio e longo prazos por chegar um momento em que a velocidade da expansão não é suficiente para bancar os juros prometidos.
Cada novo integrante é obrigado a fazer um investimento inicial e convidar outros membros, que trarão mais dinheiro para a pirâmide que, no caso, vai para o criador.
O esquema promete:
- Garantia de retornos elevados com riscos baixos;
- Um único promotor ou uma única empresa não registrados nos órgãos reguladores do mercado de capitais e financeiro (no caso do Brasil, a CVM – Comissão de Valores Mobiliários);
- Promessa de lucros anormais, isto é, acima de qualquer outro investimento conhecido, independentemente das condições do mercado;
- Estratégia complicada de explicar ou não apresentada;
- Poucas informações disponíveis para o investidor examinar;
- Necessidade constante da chegada de novos participantes;
- Dirigido a um público que não é financeiramente esclarecido;
- Quando envolve a comercialização de um produto, essa venda é algo secundário para a lucratividade do negócio, já que o mais importante é recrutar novas pessoas.
No Brasil, a pirâmide financeira configura um crime contra a economia popular, segundo a Lei 1.521/51.
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