Com a taxa Selic no maior nível desde 2016, o cenário econômico exige decisões estratégicas dos investidores para as melhores escolhas serem tomadas sem que se caia em armadilhas do mercado.
Durante a live desta terça-feira (29) no Youtube do Monitor do Mercado, especialistas analisaram o atual momento do Ibovespa, S&P 500, dólar, entre outros ativos, destacando onde estão os riscos e as oportunidades com juros elevados.
O evento foi conduzido por Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor do Mercado, e contou com as participações de Bo Williams, fundador da PhiCube, e Carlos Reis, diretor do grupo Wiser.
Selic alta exige atenção redobrada
Os especialistas alertaram que a renda fixa está atraente com os juros em 14,25% ao ano, fazendo do Brasil o “paraíso dos rentistas”, mas ressaltaram que armadilhas surgem com facilidade nesse cenário.
Carlos Reis reforçou a necessidade de atenção redobrada na alocação de recursos, destacando os produtos de renda fixa como alternativa segura, mas com riscos embutidos. “Com a Selic nesse patamar, surgem ofertas de rentabilidade elevada no curto prazo que podem travar a liquidez e prejudicar o investidor desavisado”, alertou.
Além do problema de deixar o dinheiro “travado” em ofertas que são boas neste momento, ele apontou como os investidores devem avaliar o “rating”, nota de risco, das empresas nas quais investem, muito além das taxas que prometem pagar.
“Temos visto ofertas tentadoras, prometendo pagar IPCA + 8% ao ano. Mas precisa analisar o risco que as empresas que fazem as ofertas têm de simplesmente não pagar”, acrescentou Vasconcellos.
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Poupança como investimento conservador
Reis destacou como alguns investidores apontam a poupança como investimento conservador, mas deixou claro que discorda da ideia. “Na minha concepção, ser conservador é não perder dinheiro. Com nossa inflação e juros atuais, quem deixa dinheiro na poupança, está perdendo dinheiro, não sendo conservador.”
Segundo ele, o cenário atual favorece o Brasil como destino de capital internacional, mas é preciso construir carteiras diversificadas e com baixa correlação entre ativos para mitigar riscos.
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Ibovespa vive tendência de alta, mas com cautela
Bo Williams destacou durante a live a tendência de alta para o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira — que acumula sete pregões de alta consecutivos —, ainda que com sinais de desaceleração.
“O mercado está pisando no freio. As linhas de curto e médio prazo estão se aproximando, o que indica uma situação de ambiguidade e risco maior”, disse.
Devido ao ambiente político conturbado, ele alertou para a possibilidade de realização de lucros no curto prazo, apesar da expectativa de rompimento do último topo, próximo dos 140 mil pontos. “Estamos em um ponto técnico de risco de reversão. O ideal é aguardar confirmação antes de novas entradas”.
Economia passa por um inverno geopolítico
Bo explicou ainda como o ambiente internacional, especialmente a guerra tarifária entre EUA e China, influencia diretamente os ativos brasileiros.
Ele relembrou o conceito dos ciclos de 80 a 90 anos na economia, classificando o momento atual como um “inverno geopolítico”, assim como na época da Segunda Guerra, com mudanças profundas em curso, incluindo o papel do dólar como moeda dominante.
“A tentativa dos BRICS de criar uma nova moeda é parte desse movimento. O dólar está perdendo espaço e o cenário global se redesenha”, afirmou.
S&P 500 em alta com injeções do Fed
O analista também avaliou o S&P 500, principal índice das bolsas americanas. Apesar de quedas recentes, o fundador da Phicube afirma que os gráficos aliados a inteligência artificial da plataforma Atena seguem apontando para uma tendência de alta. “Atualmente há uma probabilidade de 64% de valorização para o índice nos próximos meses”, afirmou.
Segundo Bo, essa valorização não vem do aumento de produtividade, mas da expectativa de nova rodada de injeção de liquidez pelo Federal Reserve, o que tende a pressionar a inflação e refletir nos preços dos ativos.
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Diversificação em época de Selic alta é a chave
Os especialistas deixaram claro que o principal fator para o momento é a diversificação. Montar uma carteira diversificada, com ativos que tenham baixa correlação entre si pode ser uma saída para todos os investidores.
As decisões estratégicas reduzirão os riscos, além de melhorar o desempenho da carteira no longo prazo.