A Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados) decidiu neste sábado (3) antecipar o cronograma de aumento da produção de petróleo. Em junho, o grupo vai elevar sua oferta em 411 mil barris por dia, antecipando para o próximo mês o volume que, originalmente, só seria atingido em outubro.
Com a mudança, os países da Opep+ devem produzir 31,375 milhões de barris por dia em junho, acima dos 30,289 milhões previstos anteriormente.
Aumento acelerado e mercado pressionado
O plano original, definido no fim de 2024, previa um aumento gradual de 2,2 milhões de barris por dia entre abril de 2025 e o último trimestre de 2026. A nova aceleração acontece em um momento de queda no preço do petróleo e incertezas sobre a demanda global.
Apesar da fraqueza nos preços, a Opep+ justificou a decisão apontando “fundamentos saudáveis do mercado” e “estoques baixos” como base para a medida. O grupo também afirmou que os aumentos podem ser revertidos, dependendo das condições futuras.
A organização deve realizar reuniões mensais para revisar as metas de produção. A próxima está marcada para 1º de junho.
Preços em queda
Com a confirmação do aumento, os contratos futuros de petróleo registraram nova queda na madrugada desta segunda-feira. O pessimismo foi ampliado para esta manhã, com o WTI para julho caindo 2,35%, cotado a US$ 56,91, enquanto o Brent para julho caía 2,14%, a US$ 59,99.
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Em 2025, o Brent — referência para a Petrobras — acumula desvalorização de 18%, e o WTI, de quase 19%. Nesta manhã, a Petrobras (PETR3;PETR4) opera em queda de mais de 1,50%, em reação aos preços do exterior.
Tarifas de Trump também pesam
Outro fator que tem pressionado o mercado de petróleo é o pacote de tarifas anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que afeta vários países e aumenta os riscos de desaceleração econômica.
“O preço já está em tendência de baixa, com expectativa de recessão, e agora os principais produtores vão colocar mais petróleo no mercado. Isso só reforça o movimento de queda”, avaliou Alison Correia, analista da Dom Investimentos, em relatório.