O dólar comercial fechou em queda de 1,43%, cotado a R$ 5,3440. A moeda operou em movimento de correção após o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) confirmar seu compromisso no combate à inflação e evitar a recessão que se aproxima no horizonte. Os imbróglios fiscais domésticos continuam no radar, mas hoje não surtiram efeito no câmbio.
Segundo fonte ouvida pela CMA, “o movimento de correção, hoje, é normal. O mercado já digeriu a PEC Kamikaze, é um cenário que já se ajustou, embora não vá ser fácil”, referindo-se à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Bondade.
“O payroll (folha de pagamentos, um dos principais termômetros do emprego nos Estados Unidos) será decisivo, mais que o IPCA. Parece que aqui já atingimos o ápice da inflação, mas os Estados Unidos seguem como uma incógnita”, analisa a fonte. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) será divulgado às 9h e o indicador norte-americano às 9h30 ambos amanhã.
Para o analista da Ouro Preto Investimentos, Bruno Komura, “o que vemos hoje é apenas uma correção, já que nada mudou para os mercados se recuperarem”.
Komura acredita que a expectativa é com a divulgação do payroll (folha de pagamentos, um dos principais termômetros do emprego nos Estados Unidos), amanhã, e qual o impacto dele no quadro inflacionário atual: “A ata do Fed se mostrou preocupada com a inflação, mas o mercado está um passo à frente, preocupado com a recessão”, explica.
De acordo com a economista-chefe do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte, “a ata do Fed veio em um tom mais hawkish (duro, propenso ao aumento dos juros), sinalizando forte preocupação com a inflação e reforçando ainda mais o temor por uma recessão global”.
Consorte também entende que as questões fiscais locais, com a PEC da Bondade, aumentam o risco para o Brasil: “Hoje com a agenda vazia, fica espaço para termos algum ajuste no movimento de ontem”, analisa Consorte.
Paulo Holland / Agência CMA
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