O dólar fechou esta terça-feira (6) em alta de 0,37%, a R$ 5,71. Essa é a primeira vez em mais de dez dias que a moeda americana fecha acima de R$ 5,70. Em maio, o dólar já subiu 0,6%. No ano, no entanto, ainda acumula queda de 7,60%.
O movimento de alta foi atribuído por operadores a ajustes de posições e busca por proteção cambial. O mercado opera com cautela às vésperas da chamada “Super Quarta”, quando os bancos centrais do Brasil (Copom) e dos Estados Unidos (Federal Reserve) anunciam suas decisões de política monetária.
- 📩 Os bastidores do mercado direto no seu e-mail! Assine grátis e receba análises que fazem a diferença no seu bolso.
A expectativa é que o Federal Reserve (Fed) mantenha os juros entre 4,25% e 4,50% ao ano. Já o Comitê de Política Monetária (Copom) deve elevar a Selic em 0,50 ponto percentual, para 14,75% ao ano, segundo 56 das 59 instituições consultadas pela Projeções Broadcast.
A comunicação dos bancos centrais será acompanhada de perto pelos investidores. O tom das declarações pode influenciar as próximas decisões sobre juros e, consequentemente, os fluxos de capital e o câmbio.
Real perde força apesar da queda global do dólar
O índice DXY — que mede o desempenho do dólar ante uma cesta de seis moedas fortes — caiu cerca de 0,60%, rondando os 99,200 pontos. Ainda assim, o real foi uma das poucas moedas emergentes a se desvalorizar no dia, ao lado do peso colombiano e de algumas moedas asiáticas.
O real costuma ser usado por investidores estrangeiros como instrumento de hedge, ou seja, proteção contra volatilidade em momentos de incerteza. Isso pode intensificar sua oscilação em períodos de maior aversão ao risco.
- ⚡ A informação que os grandes investidores usam – no seu WhatsApp! Entre agora e receba análises, notícias e recomendações.
Tensão comercial e economia chinesa
O aumento da tensão comercial entre China e Estados Unidos também contribuiu para o aumento da cautela. O ex-presidente Donald Trump afirmou que fará “um grande anúncio” nos próximos dias, sem detalhar se haverá um novo acordo comercial. Ele declarou ainda que a economia chinesa está sofrendo com a redução das trocas com os EUA.
Mais cedo, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse que o país está em negociações avançadas com 17 parceiros comerciais, mas que a China ainda não participa das conversas.
Ao mesmo tempo, indicadores econômicos acenderam alertas. O índice PMI composto da China caiu de 51,8 em março para 51,1 em abril, sugerindo desaceleração da atividade econômica no país. Nos EUA, o déficit comercial aumentou 14% entre fevereiro e março, puxado por um avanço nas importações.