Após uma manhã marcada por trocas de sinal, o dólar à vista operou em leve alta ao longo da tarde e encerrou a sessão desta quarta-feira cotado a R$ 5,0017, avanço de 0,16%, interrompendo uma sequência de quatro pregões seguidos de queda. O escorregão do real se deu em meio a uma aceleração da alta das taxas dos Treasuries e ao fortalecimento global da moeda americana.
Dados econômicos dos EUA e perspectiva de alta de taxa básica pelo Fed
A mínima pela manhã foi atribuída à nova alta do minério de ferro, na casa de 3%, com estímulos fiscais na China. Contribuiria para limitar as perdas da moeda brasileira hoje o avanço da agenda econômica no Congresso, em especial a possibilidade de votação ainda nesta quarta-feira do projeto de lei para taxar fundos offshore e exclusivos na Câmara, como sinalizado pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).
Tensões internacionais e o impacto no mercado
Lá fora, o dólar ganhou terreno hoje tanto em relação a moedas fortes quanto à ampla maioria de divisas emergentes. Os riscos geopolíticos seguem no radar dos investidores. Teme-se uma ampliação no conflito no Oriente Médio, com envolvimento de outros atores regionais, diante da decisão já expressa Israel de invadir a Faixa de Gaza. As cotações do petróleo voltaram a subir, com o contrato do Brent mirando novamente o nível de US$ 90 o barril.
Fortalecimento da economia dos EUA
A manutenção de um dólar globalmente forte também é justificada pelo desempenho da economia americana, que mostra sinais de resiliência a despeito do processo de aperto monetário. No fim da manhã, o Departamento de Comércio dos EUA divulgou que as vendas de moradias novas no país subiram 12,3% em setembro em comparação a agosto, ao ritmo anual (com ajuste sazonal) de 759 mil unidades, bem acima das expectativas (685 mil unidades).
Próximos indicadores econômicos
Investidores aguardam a divulgação amanhã (26), da primeira leitura do PIB americano no terceiro trimestre. Na sexta-feira (27), sai o índice de preços com gasto com consumo (PCE, na sigla em inglês), medida de inflação preferida pelo BC dos EUA. Esses indicadores esquentam o clima para a decisão de política monetária do Fed na próxima quarta-feira, 1º de novembro. A aposta quase unânime é a de que o Fed manterá a taxa básica inalterada, mas vai deixar a porta aberta para uma alta em dezembro.
Fonte: Broadcast
Imagem: Piqsels