O dólar fechou em alta de 0,64%, cotado a R$ 5,4220. O driver do dia foi a divulgação da ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), que veio em linha com as expectativas do mercado, e exatamente por isso aliviou um pouco a pressão sobre o câmbio, apesar da aversão global ao risco. Os problemas fiscais ficaram pontualmente em segundo plano.
Segundo o sócio da Top Gain, Leonardo Santana, “a ata não trouxe nenhuma novidade, com tudo dentro do esperado. Isso melhorou o humor lá fora, e pode dar um alívio tanto na bolsa quanto no dólar”.
“É normal que ocorra esta pequena correção no real, mas o risco fiscal não deixa que a moeda opere abaixo do suporte de R$ 5,40”, analisa Santana.
Para o sócio da Ethimos Investimentos, Lucas Brigato, “tudo caminha para um semestre de recessão pela frente, e é um reflexo da injeção de liquidez (dinheiro) durante a pandemia. Isso criou um choque de demanda e gerou um aumento da inflação”.
Brigato entende que além do aumento dos juros nos Estados Unidos, as incertezas fiscais e políticas prejudicam o real: “Existe uma saída de dólar do Brasil, indo principalmente para ativos de baixo risco, como os treasuries americanos”, analisa.
Paulo Holland / Agência CMA
Imagem: unsplash.com
Copyright 2022 – Grupo CMA